Justiça da Romênia adia decisão sobre anular eleição presidencial suspeita
Tribunal superior irá decidir no dia 2 de dezembro se irá anular ou não o resultado do primeiro turno da eleição presidencial, após um resultado que causou suspeitas de interferência na campanha
O tribunal superior da Romênia adiou, nesta sexta-feira (29), para 2 de dezembro uma decisão sobre anular ou não o resultado do primeiro turno da eleição presidencial, após um resultado que causou suspeitas de interferência na campanha.
Dessa forma, o tribunal agora emitirá sua decisão no dia seguinte à eleição parlamentar do país.
O candidato a ultradireita Calin Georgescu, de 62 anos, terminou em primeiro lugar na votação do último domingo e garantiu uma vaga no segundo turno, que está agendado para 8 de dezembro.
A vitória dele no segundo turno poderia abalar a política romena e minar a posição pró-ocidental do país.
Autoridades romenas afirmaram ter encontrado evidências de interferência na campanha eleitoral por parte de agentes hostis, e o país, que é membro da Otan e da União Europeia, está aguardando uma decisão da Corte Constitucional sobre a validação dos resultados.
O tribunal ordenou uma recontagem de 9,46 milhões de votos emitidos no primeiro turno, enquanto debate um pedido feito por um candidato conservador derrotado para anular o primeiro turno da votação.
A incerteza sobre a eleição presidencial causou caos político e confusão enquanto o país de 19 milhões de habitantes se prepara para uma eleição parlamentar neste domingo, na qual se espera que a ultradireita obtenha ganhos.
“Esperamos que essa (recontagem) termine o mais rápido possível”, afirmou o chefe da Comissão Eleitoral, Toni Grebla, à Radio Romania Actualitati.
Ele disse que o tribunal poderia então decidir “validar ou invalidar a votação de 24 de novembro”.
Segundo ele, se for anunciada uma nova votação, o primeiro turno poderá ocorrer em 15 de dezembro e o segundo turno poderá ser adiado de 8 para 29 de dezembro.
De acordo com a lei romena, o tribunal pode anular o resultado da votação do primeiro turno somente se encontrar evidências de fraude que afetem quem chegará ao segundo turno.
Os resultados da eleição mostraram que houve menos de 3 mil votos entre a segunda colocada, a centrista Elena Lasconi, e o terceiro colocado, o primeiro-ministro social-democrata Marcel Ciolacu.
Por lei, o tribunal superior precisaria validar o resultado do primeiro turno até 29 de novembro para que o segundo turno fosse realizado em 8 de dezembro, conforme programado.
Observadores independentes não tiveram acesso ao processo de recontagem, aprofundando as preocupações sobre imparcialidade.
O Conselho Supremo de Defesa da Romênia disse que tinha provas de interferência, que a Romênia era alvo de agentes hostis como a Rússia e que o TikTok havia dado mais exposição a um candidato e não o havia forçado a rotular o conteúdo como eleitoral.
O TikTok rejeitou as acusações. Todas as acusações de interferência russa na eleição presidencial da Romênia são infundadas, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, nesta sexta-feira.
Georgescu já elogiou políticos fascistas romenos da década de 1930 como heróis e mártires nacionais, criticou a Otan e a posição da Romênia em relação à Ucrânia e disse que Bucareste deveria se envolver com, não desafiar a Rússia.