'Inadmissível' a intervenção parlamentar em inquérito contra Bolsonaro, diz PGR

Manifestação de Aras respinga em decisão tomada horas antes pelo ministro Celso de Mello no mesmo inquérito

Daniel Adjuto, da CNN
Augusto Aras
O jurista Augusto Aras, atual procurador-geral da República  • Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF
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O procurador-geral da República Augusto Aras enviou ao STF uma manifestação em que afirma ser “inadmissível” a intervenção de parlamentares no inquérito que investiga o presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Sergio Moro.

Aras disse ao Supremo ser contrário à apreensão do celular e de outros aparelhos eletrônicos da deputada Carla Zambelli (PSL), um pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede). O senador solicitou perícia no conteúdo dos equipamentos após a deputada revelar à CNN mensagens trocadas entre ela e o ex-ministro Sergio Moro. 

“Tratando-se de investigação em face de autoridades titulares de foro por prerrogativa de função perante o Supremo Tribunal Federal, como corolário da titularidade da ação penal pública, cabe ao Procurador-Geral da República o pedido de abertura de inquérito, bem como a indicação das diligências investigativas, sem prejuízo do acompanhamento de todo o seu trâmite por todos os cidadãos”, escreveu o procurador-geral.

A manifestação de Aras respinga em decisão tomada horas antes pelo ministro Celso de Mello no mesmo inquérito. O magistrado determinou que Sergio Moro seja ouvido em 5 dias pela Polícia Federal, atendendo ao pedido do senador Alessandro Vieira (Cidadania) e dos deputados Tabata Amaral (PDT) e Felipe Rigoni (PSB). Os parlamentares alegaram que o prazo de 60 dias solicitado pela PGR para a tomada de depoimentos e realização de outras diligências poderia “redundar em iminente risco de perecimento das provas".

Na manifestação, Aras também informou que os procuradores da República João Paulo Lordelo Guimarães Tavares, Antonio Morimoto e Hebert Reis Mesquita serão os responsáveis por acompanhar as diligências.

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