Espero que o Senado cumpra seu papel, rechaçando o ataque à liberdade, diz Leite

Governadores de 13 estados e o DF divulgam nota em apoio ao Supremo Tribunal Federal

Anna Gabriela Costa, da CNN, em São Paulo
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Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (16), o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), falou sobre a importância de o Senado Federal "cumprir seu papel, rechaçando qualquer tentativa de ataque à liberdade do Judiciário". Leite e outros 13 governadores divulgaram uma nota em apoio ao Supremo Tribunal Federal  (STF) nesta segunda-feira. 

"Não faltam problemas, mas o presidente insiste em criar outros problemas, isso a gente lamenta e tem repudiado. Eu espero e tenho confiança que o Senado da República também vá cumprir o seu papel, rechaçando qualquer tentativa de ataque à liberdade do judiciário", afirmou o governador. 

Em uma nota de solidariedade ao Supremo Tribunal Federal (STF) “em face de constantes ameaças e agressões” sofridas pelos ministros da Corte e por suas famílias, os governadores destacaram a importância da independência do Judiciário.

"Ele [Jair Bolsonaro] começa a atacar as urnas e o sistema eleitoral porque prevê a contestação do próprio povo nas urnas ano que vem, isso é grave e uma ameça, infelizmente, à nossa democracia. Precisamos de um Judiciário com segurança, independente, para exercer o seu papel; e o presidente infelizmente tem incendiado esse componente social contra o Supremo", disse Leite à CNN.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deve levar nesta semana ao Senado um processo contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. A medida ocorre em meio à crise entre o Executivo e o Judiciário, intensificada pelo debate sobre o voto impresso no Brasil e por ações judiciais contra aliados do presidente.

Eduardo Leite falou ainda sobre a manifestação dos governadores em defesa ao Judiciário, e reiterou que a falta de assinaturas na nota não significa a ausência de apoio por parte dos demais líderes estaduais.

"Esse governo federal cria tantas crises, por tantas vezes, que 27 governadores todo o tempo sendo chamado para assinar, fica difícil mobilizar todos. Eu não acho que as não assinaturas signifiquem a não adesão. Temos que olhar o conteúdo, revisar, são muitas as manifestações, não acho que a não assinatura signifique estar de um outro lado", afirmou o governador do Rio Grande do Sul. 

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