"Acho muito bom que o governo treine suas autoridades", afirma Renan Calheiros

Fala do provável relator da CPI da Covid acontece um dia após movimentação do governo sobre investigação

Tainá Farfan, da CNN, em Brasília
À bancada, em pronunciamento, senador Renan Calheiros (MDB-AL).
À bancada, em pronunciamento, senador Renan Calheiros (MDB-AL)  • Foto: Roque de Sá/Agência Senado
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Às vésperas da instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, marcada para esta terça-feira (27), o senador Renan Calheiros (MDB-AL) - nome mais cotado para assumir a relatoria da CPI no Senado Federal - se manifestou sobre a movimentação do governo em torno do início das investigações. 

“Acho muito bom que o governo treine suas autoridades, assim elevaremos o nível da própria apuração. Já havia recomendado que o Governo gaste melhor suas energias e se prepare”, afirmou o senador à reportagem. 

Ainda segundo Calheiros, “a investigação será rigorosamente técnica e isenta. Apuraremos tudo com poderes constitucionais e absoluta imparcialidade”. 

 

A fala do provável relator da CPI acontece um dia depois de divulgado pelo portal UOL uma lista com 23 acusações e críticas ao desempenho do governo federal no combate à pandemia e que podem ser usadas como objeto na CPI da Covid. A lista foi enviada por e-mail às secretarias executivas de treze ministérios pela Casa Civil, chefiada pelo ministro Luiz Eduardo Ramos. 

Questionada pela CNN, a Casa Civil informou, em nota, que a “coordenação de ações interministeriais é função primordial da Casa Civil... Obviamente, diante da CPI da covid-19 no Senado Federal, nada mais natural que a Casa Civil reunir todos os dados e números de maneira a esclarecer qualquer questionamento feito no âmbito da comissão, além de se preparar para desmentir narrativas mentirosas que visem apenas atingir e desacreditar o Governo Federal”.

Entre outros pontos, a lista engloba promoção de tratamento precoce contra a Covid sem comprovação científica, negligência do governo na compra de vacinas, militarização do Ministério da Saúde, minimização da gravidade da pandemia e ausência de incentivo à adoção de medidas restritivas para reduzir o contágio pela doença.