Advogado de Braga Netto inicia sustentação oral no STF

General é acusado de liderar suposta organização criminosa que atuou para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022

Lucas Schroeder, Gabriela Boechat e Davi Vittorazzi, da CNN, São Paulo e Brasília
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O advogado José Luis de Oliveira Lima, que representa o general e ex-ministro Walter Braga Netto no caso da trama golpista, iniciou nesta quarta-feira (3) sua sustentação oral no plenário da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal).

De acordo com denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República), o militar foi um dos líderes de uma suposta organização criminosa que articulava um plano de golpe de Estado para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2022.

Braga Netto foi preso preventivamente em dezembro de 2024 depois de a PF (Polícia Federal) apontar que ele teria tentado interferir nas investigações da trama golpista e acessar conteúdos sigilosos da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).

Quem são os réus do núcleo 1?

Além do ex-presidente Jair Bolsonaro, o núcleo crucial do plano de golpe conta com outros sete réus:

  • Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-presidente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência);
  • Almir Garnier, almirante de esquadra que comandou a Marinha no governo de Bolsonaro;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) de Bolsonaro;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa de Bolsonaro; e
  • Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil no governo de Bolsonaro, candidato a vice-presidente em 2022.

Por quais crimes os réus estão sendo acusados?

Bolsonaro e outros réus respondem na Suprema Corte a cinco crimes. São eles:

  • Organização criminosa armada;
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Golpe de Estado;
  • Dano qualificado pela violência e ameaça grave;
  • Deterioração de patrimônio tombado.

A exceção fica por conta de Ramagem. No início de maio, a Câmara dos Deputados aprovou um pedido de suspensão a ação penal contra o parlamentar. Com isso, ele responde somente aos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.