Ameaças à Venezuela pelos EUA são inaceitáveis, diz presidente do PT

Declaração de Edinho Silva ocorre em meio a tensão envolvendo o presidente americano Donald Trump e o governo de Nicolás Maduro

Rafael Villarroel, da CNN Brasil*, São Paulo
Edinho Silva, presidente nacional do PT durante Congresso do PCdoB  • Reprodução/YouTUbe
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O presidente nacional do PT (Partido dos Trabalhadores), Edinho Silva, afirmou nesta quinta-feira (16), durante o 16º Congresso do PCdoB (Partido Comunista do Brasil), em Brasília, que as ameaças à Venezuela pelos Estados Unidos são "inaceitáveis".

"E nós estamos vendo as ofensivas que o Brasil tem sofrido por meio do governo Trump. E nós estamos vendo as ameaças que a América do Sul tem sofrido, que a América Latina tem sofrido, e é inaceitável as ameaças que foram dadas ontem contra o governo da Venezuela, contra o povo venezuelano", disse Edinho.

A fala do ex-prefeito de Araraquara (SP) ocorre em meio às tensões envolvendo os Estados Unidos, sobretudo o presidente americano Donald Trump, e o governo de Nicolás Maduro.

Na última quarta-feira (15), Trump autorizou a CIA (Agência Central de Inteligência) a conduzir operações secretas na Venezuela, subindo o tom na forte escalada de Washington para pressionar Caracas.

"Temos muitas drogas chegando da Venezuela, e muitas das drogas venezuelanas chegam pelo mar, então vocês podem ver isso, mas vamos detê-las também por terra", afirmou o presidente no Salão Oval da Casa Branca.

Sem dizer que seu objetivo era tirar Maduro do poder, Trump disse que sentia que os líderes venezuelanos estão sob pressão.

Mais cedo, a Comissão Executiva Nacional do PT emitiu uma nota condenando as declarações do presidente americano, ao dizer que a autorização é "uma afronta à soberania do país sul-americano e uma violação do Direito Internacional".

Ainda no comunicado, a direção do partido afirmou que a ação se trata de "uma prática inadmissível, sem base legal e sem qualquer processo investigativo".

"Soma-se a isso o cerco militar que vem sendo praticado contra o povo venezuelano, com execuções sumárias de vidas humanas por forças militares norte-americanas. Em pleno século XXI, não podemos aceitar a repetição de práticas de um período opressor e sombrio. Não podemos aceitar a mais um ataque à soberania na América Latina", afirmou.

em resposta a Trump, Maduro criticou os Estados Unidos e fez um apelo pedindo "não à guerra".

Em um evento público em Caracas, o presidente venezuelano denunciou o que descreveu como "golpes orquestrados pela CIA" e rejeitou qualquer tentativa de intervenção estrangeira na região.

"Dizer ao povo dos Estados Unidos: não à guerra. Não queremos uma guerra no Caribe ou na América do Sul", ponderou.

*Sob supervisão de Douglas Porto