Moraes “vem errando” e “apoio irrestrito” ao ministro é preocupante, diz Marco Aurélio Mello à CNN
Marco Aurélio Mello questionou também a condução do processo que classificou como "inquérito do fim do mundo"
O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello manifestou inquietação sobre a atual dinâmica da Corte, especialmente no que diz respeito à atuação do ministro Alexandre de Moraes. Em entrevista à CNN Brasil, Mello abordou questões polêmicas, como o bloqueio da rede social X no Brasil e a “concentração de poderes” nas mãos de Moraes.
Mello enfatizou a importância da independência e da manifestação pública dos ministros do STF. “A reação deveria haver em público, deveria haver de forma ostensiva, o Supremo é colegiado justamente para que cada qual se manifeste e se manifeste com absoluta independência, revelando o que pensa sobre a matéria”, declarou o ex-ministro.
Críticas ao “inquérito do fim do mundo”
O jurista expressou particular preocupação com o que ele denomina “inquérito do fim do mundo”, referindo-se a uma investigação conduzida por Moraes. “Eu não sei onde ele vai chegar algum dia, se é que vai chegar, porque uma procuradora-geral da República, Raquel Elias Vieira pediu o arquivamento e esse pedido não foi acolhido como se o Ministério Público não fosse o titular da ação pública incondicionada”, comentou Mello.
Sobre a concentração de poderes nas mãos de Alexandre de Moraes, o ex-ministro foi enfático: “É preocupante a concentração de poderes e o apoio irrestrito do colegiado ao ministro Alexandre Moraes que vem, a meu ver, errando no tocante a atos que pratica e perdendo um pouco a mão no tocante a esses atos, muito embora seja um douto com uma experiência de vida muito grande”.
A entrevista de Marco Aurélio Mello traz à tona debates importantes sobre o funcionamento do STF e o equilíbrio de poderes dentro da instituição. As críticas do ex-ministro refletem preocupações que têm sido levantadas nos bastidores do Judiciário e na sociedade civil sobre a atuação de membros da Corte Suprema.