Após casos de racismo e assédio, Alesp lança manual de comportamento

Documento foi articulado com lideranças da Assembleia Legislativa após deputada Thainara Faria (PT) sofrer discriminação

Matheus Meirelles, da CNN, em São Paulo
Plenário da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo)
Plenário da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo)  • Foto: Pedro Duran - 16.jun.2020/CNN
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A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) lançou, nesta quinta-feira (21), uma cartilha comportamental para servidores, com o objetivo de evitar casos de assédio, racismo e outros tipos de discriminação.

A elaboração do documento acelerou em abril, após a deputada estadual Thainara Faria (PT) ser tratada como assessora por funcionários da Alesp. Na ocasião, ela alegou ter sido vítima de racismo após ser impedida de assinar a lista de presença dos parlamentares.

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A discussão sobre mudanças na forma de lidar com esse tipo de situação já ocorria após o caso de assédio envolvendo o ex-deputado Fernando Cury, flagrado em dezembro de 2020 passando a mão nos seios da ex-parlamentar Isa Penna (PCdoB).

Na ocasião, o então deputado sofreu uma suspensão do mandato por 6 meses. Ele responde também criminalmente.

Entre as orientações apontadas, a cartilha desestimula beijos e abraços dentro da Alesp, apontando como possíveis invasões de espaço. “Na dúvida, não abrace e não beije. Estenda a mão em um cumprimento cordial, que é um gesto simples, inofensivo e demonstra educação”.

O texto destaca também o que é assédio sexual e ressalta que o crime de importunação sexual está previsto na legislação brasileira desde 2018. “Atos que podem configurar importunação sexual: beijo 'roubado' ou forçado, passar a mão no corpo, fazer cantadas invasivas”.

A cartilha aponta ainda que “não é não”, e aponta que casos de bullying também não são toleráveis dentro da Assembleia.

O documento também repudia o discurso de ódio, apontando que não se pode confundir com liberdade de expressão.