Após indiciamento, Eduardo nega tentativa de interferir na Justiça
Parlamentar argumenta que as conversas divulgadas em relatório da PF são "absolutamente normais" e que visam o desgaste político

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) usou as redes sociais para falar pela primeira vez sobre o indiciamento dele e de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Eduardo disse que sua atuação nos Estados Unidos não interfere em processos em curso no Brasil.
“Minha atuação nos Estados Unidos jamais teve como objetivo interferir em qualquer processo em curso no Brasil. Sempre deixei claro que meu pleito é pelo restabelecimento das liberdades individuais no país, por meio da via legislativa, com foco no projeto de anistia que tramita no Congresso Nacional”, escreveu.
O parlamentar também criticou a atuação da PF (Polícia Federal). Disse que causa espanto que a PF aponte supostos partícipes de “um crime absolutamente delirante”, mas que não identifique os autores.
“Se a tese da PF é de que haveria intenção de influenciar políticas de governo, o poder de decisão não estava em minhas mãos, mas sim em autoridades americanas, como o presidente Donald Trump, o secretário Marco Rubio ou o secretário do Tesouro, Scott Bessent. Por que, então, a PF não os incluiu como autores? Omissão? Falta de coragem?”, questionou.
Eduardo também pontua que as conversas divulgadas pela PF são “absolutamente normais”, e que sua publicização teriam o objetivo de desgastar politicamente Bolsonaro.
“É lamentável e vergonhoso ver a Polícia Federal tratar como crime o vazamento de conversas privadas, absolutamente normais, entre pai e filho e seus aliados. O objetivo é evidente: não se trata de justiça, mas de provocar desgaste político”, acusou Eduardo.
A nota do parlamentar é finalizada com uma provocação ao ministro Alexandre de Moraes, chamado por ele de ditador em diversas ocasiões. “Se o meu “crime” for lutar contra a ditadura brasileira, declaro-me culpado de antemão”, finaliza o parlamentar.
Entenda
Eduardo e Jair Bolsonaro foram indiciados pela Polícia Federal pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou a apreensão do passaporte do pastor Silas Malafaia.
A decisão foi tomada após a PF concluir as investigações sobre a atuação de Eduardo junto ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo.
A PF afirma ter identificado que Eduardo e Jair Bolsonaro contam com o "auxílio de material de terceiros" para uma finalidade criminosa, e que Malafaia estaria envolvido.