Blinken diz que EUA ouvirão Brasil em nova proposta na OEA sobre Venezuela
Secretário de Estado americano conversou com chanceler Mauro Vieira na terça-feira (13)
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, indicou que os Estados Unidos estão abertos a receber contribuições do Brasil para uma nova proposta de resolução sobre a crise venezuelana na Organização dos Estados Americanos (OEA).
A sinalização de que os Estados Unidos estão receptivos ao diálogo sobre uma saída para a crise venezuelana foi dada em uma conversa entre Blinken e o ministro da Relações Exteriores, Mauro Vieira, no final da tarde de terça-feira (13).
Como mostrou a CNN, os Estados Unidos lideram um novo texto no colegiado regional. A proposta já circula entre embaixadores dos 34 países que compõem a OEA desde a semana passada.
Na conversa, segundo apurou a CNN, Blinken ainda disse compreender a postura de cautela do Brasil na crise após o processo eleitoral na Venezuela.
Na fala, o secretário de estado americano ainda ponderou o fato de o Brasil ter assumido a responsabilidade de segurança de seis opositores do regime de Nicolás Maduro que estão abrigados na embaixada da Argentina.
O Brasil assumiu a embaixada da Argentina após os diplomatas argentinos terem sido expulsos por Nicolás Maduro.
Proposta na OEA
Como mostrou a CNN, a minuta de uma nova resolução elaborada pelos Estados Unidos é semelhante à resolução que foi rejeitada em 31 de julho na OEA, mas traz mudanças em trechos importantes que, na visão da diplomacia brasileira, pode tornar a proposta mais “palatável.”
De acordo com diplomatas com acesso ao texto, a nova proposta busca se aproximar da postura do Brasil de cobrar a divulgação dos dados por mesa de votação do pleito que reelegeu Nicolás Maduro.
O texto também acrescenta novos parágrafos, citando a violação de direitos humanos e o contexto pós-eleitoral na Venezuela com a escalada de violência e tensão.
A proposta, porém, deve sofrer alterações com sugestões de países que, a exemplo de Argentina e Peru, querem uma resolução mais dura.
Segundo a CNN apurou, o endosso do Brasil a uma nova resolução depende justamente da disposição dos países em negociar.
A primeira resolução da OEA sobre a Venezuela teve 17 votos a favor da resolução, 11 abstenções, nenhum contra e 5 delegações ausentes. Como não alcançou a maioria, o texto foi rejeitado.
Como mostrou a CNN, o Brasil se absteve por uma discordância da imposição de uma recontagem sob observação externa, sem uma negociar com o regime de Nicolás Maduro e com a oposição. Para a diplomacia brasileira, o ideal, neste momento, é seguir insistindo na divulgação dos dados desagregados por mesa de votação.
Na avaliação dos representantes brasileiros, isso poderia causar um estremecimento ainda maior das relações com a Venezuela e acabar interditando de forma definitiva a possibilidade de diálogo entre os dois países.
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