Boris Casoy: Federação partidária deve causar redução no número de legendas
No quadro Liberdade de Opinião desta segunda-feira (7), Boris Casoy fala sobre expectativa para votação da validade das federações partidárias a partir das eleições de outubro
No quadro Liberdade de Opinião desta segunda-feira (7), o jornalista Boris Casoy debateu sobre a votação nesta semana pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que pode decidir a validade das federações partidárias nas eleições de 2022.
Em entrevista à CNN, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, criticou a aliança e classificou como “coligações disfarçadas”. “Você unir durante quatro anos partidos que têm disputas, realidades e lideranças diferentes, e já comprometer para as eleições municipais, que são daqui dois anos, é muito difícil. Essa fotografia de federação é muito difícil. Sou a favor da regra anterior, que não tinha coligação, nem federação. Cada partido tem que trabalhar para mostrar seu valor, sua importância e sua capacidade de voto e deixa o povo julgar”, disse.
Para Boris Casoy, as federações não se assemelham às coligações – que foram vetadas pelo Congresso em 2017 – e são uma “engenharia extremamente interessante” para a governabilidade. A grande diferença, segundo o comentarista, está no pós-eleição, já que, com as coligações, a única intenção era obter mais votos.
“O deputado [Carlos] Lupi tem razão. Os partidos não vão desaparecer [instantaneamente], eles vão começar a desaparecer porque vão ficar totalmente sem recursos e forma-se um gap entre os partidos que têm recursos e os que não têm. A federação junta dois partidos que devem ter afinidades, um acordo entre si.”
“O que vai acontecer? Vai ter uma redução partidária, vai permitir uma governabilidade… o presidente da República não vai ter que negociar com trinta-e-lá-vai-pedrada de partidos, muitos deles sem o menor significado. Tenho dito que, alguns deles, deveriam ser regidos pela lei do inquilinato, não a lei eleitoral”, afirmou.
A desvantagem das federações, segundo Boris, fica por conta das eleições municipais e estaduais, em que nem sempre os partidos estão de acordo com a determinação das cúpulas nacionais, buscando alianças com outras siglas.
“Desta vez, com as federações, eles são obrigados a se unir de cima até embaixo. Fica muito difícil nas áreas regionais, estaduais e municipais, você estabelecer as uniões que vinham sendo estabelecidas.”
“Espero que o Supremo não ouça estas vozes discordantes. É uma decisão política, sim. Existe um recurso do PTB contra as federações, dizendo que elas são inconstitucionais. É tudo muito discutível. Espero que o Supremo mantenha as federações pelo bem das eleições no país”, finalizou.
Aliança entre PDT e PSD
Ex-governador do Ceará e pré-candidato à presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes declarou que a aliança com o PSD no Rio de Janeiro é exclusivamente local.
Segundo Ciro, o entendimento entre as duas legendas não passa pela questão nacional, e é preciso ter paciência em relação à campanha. O PSD ainda mantém a pré-candidatura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
Reajuste para professores
Prefeitos de médias e grandes cidades agendaram para esta semana uma reunião para avaliar a portaria assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que definiu em 33% o reajuste do piso salarial de professores da educação básica.
A medida causou reação entre os gestores municipais. A Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) afirmou que a portaria não tem base legal. Em participação no Grande Debate da CNN, o ex-presidente da FNP e ex-prefeito de Campinas, Jonas Donizette, afirmou que o governo está fazendo “cortesia com o chapéu alheio”.
PEC dos Combustíveis
Uma nova versão da PEC dos Combustíveis, apresentada na sexta-feira (4) pelo senador Carlos Fávaro (PSD-MT), já tem as assinaturas necessárias para tramitar na casa.
Segundo apuração do analista de política da CNN Caio Junqueira, a proposta obteve o aval da ala política do governo, mesmo com o ministro da Economia, Paulo Guedes, considerando-a “suicida” pelo impacto de pelo menos R$ 100 bilhões
.No domingo (6), o presidente Bolsonaro voltou a dizer que a PEC não é impositiva e sim autoriza a redução de impostos em um momento emergencial.
O Liberdade de Opinião teve a participação de Boris Casoy e Fernando Molica. O quadro vai ao ar diariamente na CNN.
As opiniões expressas nesta publicação não refletem, necessariamente, o posicionamento da CNN ou seus funcionários.