Boulos e vereadores querem convocar plebiscito sobre privatização da Sabesp
Proposta está sendo discutida pelas bancadas do PT e PSOL, que tiveram reunião nesta terça-feira (02), na Câmara Municipal de SP


Apoiado pelos vereadores do PT e do PSOL de São Paulo, o deputado federal e candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), disse que quer convocar um plebiscito para que a população decida a respeito do processo de privatização da Sabesp.
“Querem criar a Enel da água. Não é possível que a maior companhia de saneamento básico da América Latina seja vendida. Discutimos aqui com os líderes do (PT) para termos um conjunto de iniciativas aqui na Câmara, a começar por um processo de obstrução na Câmara para privatizar a Sabesp”, disse Boulos.
O postulante à chefia do Executivo paulistano também mencionou que o processo de privatização da Sabesp é ilegal e que o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), apoia a medida por fins eleitorais para poder receber o apoio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“Há um conjunto de problemas e ilegalidades. O relatório que embasou a análise técnica foi feito sob condições muito esquisitas. A empresa que foi contratada, uma consultoria internacional, receberia, caso desse um parecer contrário à privatização, R$ 8 milhões.
Ainda de acordo com Boulos, como deu parecer favorável, a empresa recebeu R$ 45 milhões. “Um relatório como este não pode ser considerado correto ou isento”, acrescentou o pré-candidato.
Após a aprovação do pedido por parte do governo estadual, a Sabesp segue com a expectativa de ofertar ações para o mercado entre o período de maio e agosto.
A estatal deve concluir em abril o processo para obter autorização de credores para a troca de controle da empresa e, em maio, deve convocar outra assembleia para aprovar o novo estatuto da companhia, antes do lançamento da oferta subsequente de ações.
A CNN entrou em contato com a assessoria do prefeito Ricardo Nunes e do governador Tarcísio de Freitas, mas até o fechamento desta reportagem não recebeu uma resposta.