Após fim de cerco, Brasil “ganha tempo” para solução mediada entre Venezuela e Argentina
Embaixada argentina em Caracas, que era custodiada pelo Brasil, estava cercada pelas forças venezuelanas
A diplomacia brasileira recebeu a confirmação, na tarde deste domingo (8), da retirada do cerco à embaixada da Argentina na Venezuela.
A representação é custodiada pelo Brasil desde que diplomatas argentinos foram expulsos do país, com o rompimento de relações de Nicolás Maduro com o governo Javier Milei, que não reconheceu o resultado das eleições presidenciais de 28 de julho e declarou o opositor Edmundo González como vitorioso.
A situação ainda é considerada “tensa” por diplomatas, mas o Brasil agora espera que haja uma discussão com “tranquilidade” para definir como ficará a representação definitiva da Argentina em Caracas.
Para integrantes do Itamaraty, a solução deve ser consensuada entre os países “sem o constrangimento” enfrentado neste fim de semana.
Na noite de sexta-feira (6), o governo de Maduro revogou o direito do Brasil de representar os interesses argentinos no país. A eletricidade do prédio foi cortada e homens encapuzados fizeram um cerco à embaixada.
A Embaixada da Argentina abriga seis opositores venezuelanos procurados pela Justiça venezuelana.
O Itamaraty divulgou uma nota em que relatou “surpresa” com a decisão e ressaltou a “inviolabilidade” das embaixadas.
“De acordo com o que estabelecem as Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas e sobre Relações Consulares, o Brasil permanecerá com a custódia e a defesa dos interesses argentinos até que o governo argentino indique outro Estado aceitável para o governo venezuelano para exercer as referidas funções”, informou a nota do governo brasileiro.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou assessores para discutir a situação na Venezuela, neste domingo (8), no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República.
Participaram do encontro a secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixadora Maria Laura da Rocha, e Audo Faleiro, braço direito do assessor especial do presidente Lula para assuntos internacionais, Celso Amorim.
Tanto Amorim quanto o chanceler Mauro Vieira estão em agendas internacionais neste fim de semana.
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