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    Eleições 2022

    Campanha presidencial é marcada pela falta de propostas, analisa especialista

    Para a professora de ciências políticas da Unirio, Luciana Veiga, a polarização entre Lula e Bolsonaro deixa pouco espaço para debate de ideias e programas claro de governo

    Ester Cassaviada CNN*Júlia Vieirada CNN , em São Paulo

    A professora de ciências políticas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), Luciana Veiga, apontou nesta quinta-feira (15), em entrevista ao Visão CNN, que a campanha presidencial deste ano será marcada pela falta de propostas apresentadas pelos candidatos.

    Para a especialista, a polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) deixa pouco espaço para debate de ideias e programas claro de governo.

    “Com essa polarização, no sentido de termos dois candidatos que de alguma maneira usam sua estratégia cada vez mais para ativar a rejeição do outro que para trazer uma agenda propositiva, de fato está tendo muito pouco espaço para uma conversa, uma pauta para o Brasil”, analisa Luciana.

    A professora destaca também que, ao não apresentar propostas, os postulantes prejudicam o funcionamento de uma democracia saudável.

    “Se o candidato não mostra quais são suas propostas de maneira clara, o eleitorado não sabe o que pode cobrar [durante o governo], porque, afinal de contas, não foi pactuado nada no momento da eleição. A democracia saudável implica que no momento eleitoral hajam propostas divergentes e que o eleitor se vincule a essas propostas e depois, durante o mandato, ele possa cobrar”, explica.

    “O que a gente tem são duas ideias de Brasil distintas, mas muito vagas no que se refere ao que o eleitor pode esperar e cobrar no que tange a educação, a saúde e a economia. Isso não está claro para o eleitor”, acrescenta.

    Luciana ainda acredita que o clima de tensionamento influencia o próprio eleitor, que não vê espaço para cobrar planos de governo bem definidos.

    “O eleitor acabou sendo levado por um partidarismo, um personalismo por duas ondas. Com esse medo de ser o outro que ele rejeita mais [eleito], ele não tem a tranquilidade para parar e falar: ‘Vamos escutar um pouco mais. Vamos ter um pouco mais de racionalidade para que a gente possa travar aqui um debate'”, finaliza a docente.

    *sob supervisão Elis Franco

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