
Candidatura própria não significa criar atrito com Tebet, diz ex-presidente do PSDB
À CNN, José Aníbal afirmou que Tasso Jereissati e Eduardo Leite podem ser alternativas para o partido, após a desistência de João Doria

O ex-senador e ex-presidente do PSDB, José Aníbal, defendeu que o partido escolha um novo candidato para disputar as eleições presidenciais, durante entrevista à CNN, nesta terça-feira (24).
Ontem, o ex-governador de São Paulo, João Doria, vencedor das prévias do partido, abandonou a disputa, cedendo à pressão de correligionários. Segundo Aníbal, a desistência não significa que o PSDB vai apoiar a pré-candidata do MDB, Simone Tebet.
“Não significa criar atrito com a Simone Tebet, mas é importante porque temos um processo de construção de uma terceira via que precisa ser intensificado nos próximos dois meses. […] É importante que essa agregação vá além dos partidos, envolva outras forças políticas e sobretudo a sociedade. Não estamos propondo candidatura para disputar com a Simone, mas para ganhar adesão da sociedade, e para mostrar que um caminho alternativo é possível”, explicou.
Para o ex-senador, o momento é de olhar para os problemas reais a que o país está sujeito.
“Uma candidatura do PSDB acrescenta, no sentido de melhorar e intensificar o debate sobre os desafios que o Brasil tem hoje, com pelo menos metade da população brasileira que está em situação de insegurança alimentar”, defendeu.
José Aníbal sugeriu os nomes do ex-senador e ex-governador do Ceará, Tasso Jereissati, e do ex-governador gaúcho, Eduardo Leite, como mais fortes do partido para assumir esse posto.
“O país precisa voltar a crescer, gerar emprego, readquirir credibilidade internacional, criar confiança nos investidores. E vamos fazer ao mostrar uma condição de pacificação e de convergência”, defendeu.
Para Aníbal, é importante romper a polarização que as pesquisas eleitorais apontam entre os pré-candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL):
“O importante aqui é criar esperança nos brasileiros, construir uma alternativa que seja percebida como melhor que aquelas que estão aí hoje”, afirmou.
Futuro de Doria
O ex-presidente tucano elogiou a decisão de João Doria de desistir da disputa presidencial.
“Infelizmente nossa escolha nas prévias não foi uma escolha que nos propiciou um aumento da intenção de votos junto aos eleitores, e com uma alta rejeição levou a um questionamento e preocupação dentro do partido”, explicou Aníbal.
Segundo ele, a preocupação com as pesquisas eleitorais teria refletido também entre os candidatos a cargos estaduais e para o Congresso.
“Uma candidatura com baixa adesão e alta rejeição iria certamente prejudicar e penalizar os candidatos a governador, deputados, senadores”, explicou.
Ainda de acordo com Aníbal, o próprio Doria teria percebido isso:
“Ele viajou, conversou, ouviu pessoas e sentiu que o melhor caminho seria abrir o processo de indicação de um novo candidato sem que ele estivesse como candidato do PSDB, um gesto importantíssimo.”
Perguntado se o ex-governador de São Paulo participará da definição de uma nova candidatura e campanha presidencial, Aníbal deixou a decisão a cargo de Doria.
“Essa decisão cabe a ele, ele se emocionou muito com a decisão, mas se colocou á altura do desafio, e agora vai decidir. Certamente não vai ficar distante do processo político e das eleições”, disse Aníbal.
Debate
A CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.
Fotos – os pré-candidatos à Presidência
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Jair Bolsonaro (PL), presidente do Brasil e pré-candidato à reeleição
Crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil - 2 de 12
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente, governou o país entre 2003 e 2010 e é o pré-candidato do PT à Presidência
Crédito: FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 3 de 12
Ciro Gomes, ex-governador do Ceará e ex-ministro da Fazenda e da Integração Nacional, pré-candidato à Presidência pelo PDT
Crédito: DENNY CESARE/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO - 4 de 12
Simone Tebet cumpre o primeiro mandato como senadora por Mato Grosso do Sul e é a pré-candidata do MDB à Presidência
Crédito: FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 5 de 12
Luciano Bivar é presidente do União Brasil e pré-candidato do partido à Presidência; deputado federal já comandava o PSL antes da fusão da sigla com o DEM
Crédito: FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 6 de 12
Felipe d'Avila, pré-candidato do partido Novo à Presidência da República
Crédito: Reprodução Facebook - 7 de 12
André Janones, atualmente é deputado federal por Minas Gerais, é o pré-candidato à Presidência pelo partido Avante
Crédito: Paulo Sergio/Agência Câmara - 8 de 12
Eymael, pré-candidato à Presidência pelo DC; ele já concorreu nas eleições presidenciais em 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018, sempre pelo mesmo partido
Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Bras - 9 de 12
Vera Lúcia é a pré-candidata à Presidência da República pelo PSTU
Crédito: Romerito Pontes/Divulgação - 10 de 12
Leonardo Péricles, pré-candidato à Presidência pelo Unidade Popular (UP)
Crédito: Manuelle Coelho/Divulgação/14.nov.2021 - 11 de 12
Sofia Manzano, pré-candidata do PCB à Presidência nas eleições 2022
Crédito: Divulgação - 12 de 12
Pablo Marçal, pré-candidato à Presidência pelo Pros. Ele é empresário e se filiou ao partido no fim de março de 2022
Crédito: Reprodução/Facebook