Candidaturas femininas têm predomínio de brancas, solteiras e empresárias
Segundo dados do TSE, uma em cada três mulheres que concorrem no pleito em outubro tem de 40 a 49 anos; 56% possuem ensino superior completo
Apesar da participação recorde das mulheres nas eleições de 2022, com 9.890 candidatas, elas representam apenas um terço do total de pedidos de registros feitos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) neste ano.
O número não reflete a participação feminina na sociedade: 51,1% da população brasileira em 2021 era do sexo feminino, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em julho deste ano.
Dados parciais do DivulgaCand mostram que, de todas as 29.261 solicitações de registro de candidaturas de 2022, 9.890 são mulheres (33,8%).
Com base nas informações da Justiça Eleitoral, a CNN mapeou o perfil médio das mulheres nas quais os eleitores brasileiros poderão votar em 2 de outubro, data do primeiro turno.
Idade, profissão e escolarização
Uma em cada três candidatas tem entre 40 e 49 anos. Ao todo, são 3.220 mulheres que vão concorrer nas eleições de outubro nesta faixa etária.
O segundo maior grupo é formado por mulheres de 50 a 59 anos, que representam 28% do total (ou 2.778). No geral, 74% das candidatas mulheres estão acima dos 40 anos. O TSE recebeu apenas cinco pedidos de registro de candidatas abaixo dos 21 anos, que é a idade mínima para ocupar os cargos em disputa nestas eleições.
Quanto à ocupação mais comum, 925 (ou 9,3%) apresentaram registros como empresárias, e 664 (6,7%) como advogadas. São as duas profissões mais declaradas.
A função de administradora aparece na sequência com 354 (3,5%) pedidos de registros, enquanto “dona de casa” vem em quarto lugar, com 335 (3,3%).
Em relação ao grau de instrução, a maioria (54%) têm ensino superior completo. Em seguida, aparecem ensino médio completo (26%) e ensino superior incompleto (9,7%). Menos de 10% declararam ter ensino fundamental completo e incompleto, ensino médio incompleto e “apenas leem e escrevem”.
A maior parcela das candidatas também informou à Justiça Eleitoral ser branca: 4.486 (45,3%). Mulheres indígenas e amarelas representam a menor proporção entre as candidatas, com 85 e 46=8 requerimentos, respectivamente.
No que se refere ao estado civil, 39,6% são solteiras, e 39,1%, casadas. Divorciadas representam 16,3%, e viúvas, 3,9%.
Fotos — Todas as mulheres que se candidataram à Presidência do Brasil na história
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Lívia Maria (PN), em 1989, foi a primeira candidata a presidente; ela ficou na 16ª colocação, com 0,26% dos votos válidos, no pleito que terminaria com vitória de Fernando Collor (PRN) no segundo turno • Reprodução
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Thereza Ruiz (PTN), em 1998, foi a segunda a concorrer. Ela obteve 0,25% dos votos válidos. Ela ficou na 10ª colocação em uma disputa de 12 candidatos - o vencedor foi Fernando Henrique Cardoso (PSDB), reeleito no primeiro turno • Reprodução
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Em 2006, a então senadora Heloísa Helena (PSOL) foi a primeira mulher a romper a barreira de 1 milhão de votos - ela, na verdade, conseguiu o voto de 6.575.393 dos eleitores (6,85% dos votos válidos) e ficou em terceiro lugar na eleição que seria vencida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reeleito no segundo turno • JOEDSON ALVES/ESTADÃO CONTEÚDO
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As eleições de 2006 também marcaram a primeira chapa 100% feminina da história das eleições brasileiras. A cientista política Ana Maria Rangel, candidata a presidente, e a advogada Delma Gama, candidata a vice, formaram a chapa do PRP e receberam 0,13% dos votos válidos • Reprodução
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Em 2010, Dilma Rousseff (PT), candidata do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi a primeira mulher presidente na história do Brasil. No segundo turno, a petista recebeu 58,99% dos votos válidos e venceu o pleito contra José Serra (PSDB), conquistando a reeleição quatro anos depois, dessa vez contra Aécio Neves (PSDB). Dilma acabou sofrendo impeachment em 2016
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Marina Silva, então senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, concorreu pela primeira vez em 2010, repetindo a dose em 2014 e 2018, sempre por partidos diferentes. Pelo PV, ela ficou em terceiro em 2010 (19.33% dos votos válidos), e terminou na mesma posição em 2014, agora pelo PSB, com 21,32%. Em 2018, pelo partido que ajudou formar, a Rede, ficou na oitava posição (1% dos votos válidos) • Victor Moriyama/Getty Images
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O pleito de 2014 também teve a participação feminina de Luciana Genro (PSOL) - a terceira presidenciável naquele ano. Luciana foi a quarta colocada no primeiro turno, atrás de Dilma, Aécio e Marina, com 1,55% dos votos válidos • JF DIORIO/ESTADÃO CONTEÚDO
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Candidata a presidente em 2022, Vera Lúcia (PSTU) já havia tentando o mesmo cargo em 2018, na chapa "puro sangue" com Hertz Dias - a dupla ficou em 11º lugar entre 13 candidatos, com 0,05% dos votos válidos. Nas eleições de 2022, ela formará chapa 100% feminina com a indígena Kunã Yporã (Raquel Tremembé), da etnia Tremembé, do Maranhão • Romerito Pontes/Divulgação
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A senadora Simone Tebet (MDB) foi confirmada candidata à Presidência e, dias depois, anunciou outra senadora, Mara Gabrilli (PSDB), como sua vice. É a primeira chapa 100% feminina da história de partidos que têm representação no Congresso • 25/05/2022REUTERS/Adriano Machado
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Sofia Manzano (PCB) foi a décima candidata à Presidência da história do Brasil. Ela concorrerá tendo como vice o jornalista Antonio Alves, também do PCB • Pedro Afonso de Paula/Divulgação
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Senadora Soraya Thronicke (MS) foi confirmada pelo União Brasil como a 11ª candidata à Presidência da história do Brasil; seu nome para vice é o economista Marcos Cintra, do mesmo partido • ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO