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    CCJ do Senado adia mais uma vez votação de projeto que amplia acesso a armas

    Pedido de vista foi aprovado após longa discussão entre os parlamentares

    Projeto que flexibiliza acesso de armas de fogo aos CACs já havia sido adiado pela Comissão em 23 de fevereiro
    Projeto que flexibiliza acesso de armas de fogo aos CACs já havia sido adiado pela Comissão em 23 de fevereiro Foto: Getty Images

    Gabrielle Varelada CNN

    Em Brasília

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    A Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal adiou novamente, nesta quarta-feira (9), a análise do projeto que altera o Estatuto do Desarmamento e flexibiliza o acesso de caçadores, atiradores e colecionadores (os chamados CACs) a armas.

    O relator, senador Marcos do Val (Podemos-ES), aceitou mais de 20 emendas e, com isso, o relatório é alterado. Os senadores de oposição ao projeto reivindicaram pedido de vista, que dá mais tempo para analisar o texto antes que houvesse a votação.

    A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) foi quem puxou o coro para que a votação fosse adiada e foi apoiada por senadores como Eduardo Girão (Podemos-CE), Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Paulo Rocha (PT-PA).

    O recurso à mesa da Comissão de pedido de vista foi negado pelo vice-presidente da CCJ, senador Lucas Barreto (PSD-AP), no exercício da presidência da sessão. Por isso, houve grande discussão para que a questão fosse colocada em votação nominal. Por 11 votos a 15 a votação do projeto ficou para próxima sessão, a ser confirmada pelo presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP),

    Detalhes do Relatório

    O texto traz aos chamados CACs a possibilidade de poder comprar, no máximo, 16 armas, sendo que ao menos seis poderão ser de calibre restrito — antes era permitida a aquisição de 60 unidades.

    A proposta também permite aos CACs o transporte de uma arma curta para pronto uso, durante o trajeto entre o local de guarda do acervo e o local de treinamento, prova, competição ou caça.

    Entre as emendas acatadas pelo senador Marcos do Val estão: porte de armas para defensores públicos, polícia de assembleias legislativas, peritos estaduais e distritais, agentes de trânsito, auditores estaduais e distritais, investigadores da Agência Brasileira de Investigação (Abin), advogados gerais da União, estados, Distrito Federal e territórios, oficiais de justiça e requisitos específicos para esses portadores como comprovação de capacidade de manuseio do armamento.

    O relator recebeu ainda uma emenda que autoriza CACs estrangeiros a portarem armas em território brasileiro.

    Marcos do Val afirmou que o objetivo do projeto é “trazer segurança jurídica, aumentar os níveis de controle, impor novas restrições, assegurar a majoração das penas de delitos cometidos com armas de fogo”.

    Em relação ao aumento das penas, o projeto determina pena de detenção, de três a cinco anos, e multa para o crime de porte irregular de arma de fogo de uso permitido; impõe pena de dois a quatro anos de reclusão e multa para o crime de posse irregular de arma de fogo de uso permitido; pena de detenção, de dois a três anos, e multa para o crime de omissão de cautela; para o crime de disparo de arma de fogo, a pena passa a ser de reclusão, de três a cinco anos, e multa.

    A proposta ainda agrava, no Código Penal, a pena do crime de roubo, se cometido com uso de qualquer arma de fogo. E no caso do crime de extorsão previsto no Código Penal, aplica a pena em dobro se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo ou por duas ou mais pessoas.

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