Cid diz à PF que "obedeceu ordem" ao fraudar cartões de vacinas

Delação do tenente-coronel atribui ordem a Bolsonaro, segundo portal UOL; defesa do ex-presidente nega

Gustavo Uribe e Jussara Soares, da CNN
Jair Bolsonaro e Mauro Cesar Barbosa Cid.
Imagem de arquivo de Jair Bolsonaro e Mauro Cid  • Reuters
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Em delação premiada homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, disse à Polícia Federal (PF) ter cumprido ordens ao articular a fraude cartões de vacinação contra a Covid-19.

Segundo investigação, em dezembro de 2022, registros falsos foram inseridos no sistema do Ministério da Saúde em nome de Bolsonaro e da filha caçula do ex-presidente.

Nesta segunda-feira (23), o portal UOL publicou que, na mesma delação premiada, Cid teria citado o ex-presidente como o mandante do registro falso. O relato contraria versão de Bolsonaro, que disse à PF desconhecer o episódio.

A Polícia Federal agora busca materialidade nas informações prestadas por Cid. O ex-ajudante de ordens - que chegou a ser preso preventivamente - cumpre desde setembro medidas cautelares, como a utilização de tornozeleira eletrônica.

Outro lado

A defesa de Jair Bolsonaro nega as acusações. Aliados do ex-presidente afirmaram à CNN que confiança em Mauro Cid não muda mesmo após a revelação de novos detalhes da delação do militar. A estratégia segue sendo evitar confronto com as versões do ex-ajudante de ordens e tratar as notícias como "suposições".

Ainda de acordo com interlocutores, Bolsonaro não tinha tempo de tratar de assuntos operacionais e de execução de tarefas. O argumento é que assessores como Cid tinham suas responsabilidades e tomavam suas iniciativas.

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