Cid sempre acreditou que Bolsonaro não assinaria minuta, diz defesa

Advogados do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Cid apresentaram alegações finais ao Supremo e defenderam inocência do militar

Jussara Soares e Davi Vittorazzi, da CNN, Brasília
Jair Bolsonaro e Mauro Cesar Barbosa Cid.
Ex-presidente Jair Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens  • Reuters
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A defesa do tenente-coronel Mauro Cid disse nas alegações finais apresentadas ao STF (Supremo Tribunal Federal), nesta terça-feira (29), que o militar acreditava que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não assinaria a minuta do golpe, após as eleições de 2022.

"É preciso deixar muito claro, de outra parte, que Mauro Cid em momento algum imputou crime ao ex-Presidente da República ou qualquer outra pessoa que compõe o rol de denunciados", afirmou a defesa.

Segundos os advogados, Mauro Cid sempre afirmou em seus depoimentos, acreditar que Bolsonaro não assinaria o documento, "muito embora ele existisse (minuta com considerandos), foi discutido pelo alto Comando das Forças Armadas juntamente com o ex-Presidente da República no sentido de permitir um novo pleito eleitoral".

Mauro Cid tem acordo de delação premiada no processo e atuou como ajudante de ordens de Bolsonaro no período em que teria ocorrido o plano de golpe.

A etapa de alegações finais é a última do processo de ação penal para apresentação das considerações das defesas antes do julgamento pelo plenário da Primeira Turma do STF.

Por ser colaborador no processo, o tenente-coronel é a segunda parte a apresentar as alegações finais. O documento a ser apresentado ocorre 15 dias após as considerações finais da PGR (Procuradoria-Geral da República).

Nas alegações finais da PGR, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu a condenação dos oito réus do "núcleo 1", que inclui Bolsonaro e Cid.

No caso de Mauro Cid, a PGR pediu que ele tenha a pena reduzida a 1/3 da condenação dos crimes imputados. Gonet ressaltou que, mesmo com a colaboração, Cid manteve condutas de incompatíveis com a boa-fé e fez omissões.