Comitiva do governo federal se reunirá com gestão fluminense ainda hoje

Grupo será composto pelos ministros da Justiça, dos Direitos Humanos e da Igualdade Racial, além do diretor-geral da PF

Pedro Moreira e Anna Júlia Lopes, da CNN Brasil, Brasília
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O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou nesta quarta-feira (29) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mandou que uma comitiva do governo federal fosse até o Rio de Janeiro para atuar junto do governo estadual nos desdobramentos da megaoperação realizada na capital fluminense na terça (28).

Além de Lewandowski, irão ao Rio as ministras Macaé Evaristo (Direitos Humanos) e Anielle Franco (Igualdade Racial). O diretor-geral da PF (Polícia Federal), Andrei Rodrigues, também irá comparecer.

A comitiva deve chegar à capital por volta de 15h desta quarta e deve ir direto ao Palácio Guanabara, sede oficial do governo do Rio de Janeiro.

“Diante desse quadro, da magnitude do problema que ocorre no Rio de Janeiro, o presidente determinou que nós imediatamente nos dirigíssemos ao Rio de Janeiro para nos encontrarmos com o governador para avaliarmos a situação conjuntamente”, declarou Lewandowski depois de participar de reunião de emergência com Lula no Palácio da Alvorada.

Segundo o ministro, a comitiva irá com o objetivo de “minimizar” o sofrimento da população e intensificar, como for possível, o combate às organizações criminosas que atuam no estado.

Lewandowski acrescentou que Lula ficou “estarrecido” com o número de mortes. A operação já é considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro, com 119 mortos, segundo o governo.

"O presidente ficou estarrecido com o número de ocorrências fatais e também se mostrou surpreso que uma operação desta envergadura fosse desencadeada sem conhecimento do governo federal, sem nenhuma possibilidade do governo federal participar de alguma forma", disse.

Megaoperação no Rio de Janeiro

Policiais civis e militares realizaram na terça (28) uma megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

A ação faz parte de uma iniciativa do governo do estado para combater a expansão territorial do Comando Vermelho e prender lideranças criminosas que atuam no Rio e em outros estados.

Embora tenha deixado 119 mortos e resultado na prisão de 113 suspeitos, a operação não conseguiu capturar o líder da facção, conhecido como “Doca”.

Depois da operação, o governador do Rio de Janeiro Cláudio Castro (PL) disse que o estado está “sozinho” e cobrou maior integração por parte do governo federal. Afirmou ainda ter pedido ajuda das Forças Armadas com o envio de veículos blindados, mas que os pedidos foram negados todas as vezes.

Lewandowski rebateu Castro e declarou que não recebeu “absolutamente nada” acerca da megaoperação. Destacou ainda que o governo federal não tinha conhecimento da ação e que uma operação “desse nível” deve ser acordada diretamente entre o governador e o presidente da República.