Como podem vazar dados sigilosos o tempo todo?, questiona Carlos Bolsonaro
Filho do ex-presidente comentou movimentação financeira de R$ 30 milhões por Bolsonaro entre 2023 e 2024, identificada pela PF

O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) questionou, nas redes sociais, o vazamento de "dados sigilosos o tempo todo", referindo-se a uma movimentação financeira de R$ 30 milhões entre março de 2023 e fevereiro de 2024 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que consta no relatório da PF encaminhado ao STF (Supremo Tribunal Federal).
"Eu estou movimentando mais dinheiro do que eu jamais poderia imaginar, segundo os tablóides do regime. E outra: como podem possíveis dados sigilosos serem vazados sobre todos os assuntos o tempo todo e acharem isso normal?", escreveu o filho do ex-presidente no X (antigo Twitter).
Eu estou movimentando mais dinheiro do que eu jamais poderia imaginar, segundo os tablóides do regime. E outra: como podem possíveis dados sigilosos serem vazados sobre todos os assuntos o tempo todo e acharem isso normal? A organização lulista está mais aparelhada que uma…
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) August 22, 2025
Segundo a PF, as movimentações financeiras foram identificadas por meio de comunicações do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
"No período de 01/03/2023 a 07/02/2024, foram movimentados R$ 30.576.801,36 em créditos e R$ 30.595.430,71 em débitos", detalha o relatório.
Os valores envolvem transações diversas, como Pix, câmbio, transferências TEC/DOC, tributos e pagamentos de contas.
A PF consta que mais de 60% das movimentações em créditos ocorreram por Pix, em mais de um milhão de operações, que somam mais de R$ 19 milhões.
O relatório aponta ainda que houve o lançamento de aplicações de CDB/RDB em seis registros que somam mais de R$ 18 milhões. Segundo o documento, Bolsonaro recebeu a maior quantidade de recursos do PL (Partido Liberal), de uma empresa e pessoas físicas.
Enquanto os maiores envios pelo ex-presidente foram para seus advogados, na conta de Paulo Bueno.
No relatório, o Coaf aponta que as movimentações têm indícios de lavagem de dinheiro e outros crimes econômicos.
"As operações financeiras suspeitas de configurarem indícios de lavagem de dinheiro e outros ilícitos penais, tendo como principais envolvidos JAIR MESSIAS BOLSONARO e EDUARDO NANTES BOLSONARO", destacam os investigadores.
Novo indiciamento
Na última quarta-feira (20), Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se encontra nos Estados Unidos desde março deste ano, foram indiciados pela Polícia Federal.
A corporação diz que ambos têm atuado para obstruir o avanço da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado.
Eles são apontados como responsáveis pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito por meio da restrição ao exercício dos poderes constitucionais.
Bolsonaro já é réu com julgamento marcado no Supremo, que começa em 2 de setembro, na ação por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
O ex-mandatário ainda cumpre prisão domiciliar desde o início de agosto, após descumprir medidas cautelares impostas por Alexandre de Moraes, ministro do STF, no âmbito da investigação que apura a atuação do ex-presidente e de Eduardo Bolsonaro contra a soberania nacional.
A CNN entrou em contato com a defesa do ex-presidente e aguarda posicionamento.