Conversa entre governadores fracassa e pacto contra Covid tem medidas genéricas
Documento pede vacina, medidas preventivas e leitos de UTI. Brasil vive pior momento da pandemia
O plano de governadores de divulgarem medidas em conjunto de combate à pandemia de coronavírus fracassou. Nesta quarta-feira (10), o Fórum que reúne chefes dos executivos estaduais divulgou carta em que cobra do governo federal uma expansão da vacinação contra a Covid-19, apoio a medidas preventivas e ampliação de leitos de UTI. Vinte e um governadores assinam o documento, que tem uma página. O Brasil vive o pior momento da doença, com estados em colapso e batendo recordes diário no número de óbitos.
Nesta semana os governadores discutiram medidas de restrição de circulação para serem anunciadas em conjunto, mas o plano não foi para frente. A CNN apurou que não houve consenso em pelo menos dois pontos: estabelecimento de medidas únicas para restringir a circulação de pessoas em determinados horários, o chamado toque de recolher, que está em vigor em alguns estados do país; e a entrada em vigor de uma “lei seca”, com a proibição da venda de bebidas alcoólicas em determinados horários – também sem acordo.
No domingo, quando o governador Wellington Dias (PT) do Piauí, coordenador das discussões sobre vacinas contra Covid no Fórum de Governadores, divulgou a intenção de um pacto entre os estados para conter a pandemia, havia a informação de que 23 estados haviam anunciado a intenção de participar das medidas. No entanto, Rio de Janeiro e Amazonas desistiram e não assinaram o pacto. Além deles, também não assinaram Santa Catarina, Paraná, Rondônia e Roraima. A CNN procurou os seis estados para saber porquê que não houve adesão ao pacto e aguarda resposta.
Na carta, os governadores afirmam que “o coronavírus é hoje o maior adversário da nossa Nação. Precisamos evitar o total colapso dos sistemas hospitalares em todo o Brasil e melhorar o combate à pandemia”. “Há limites objetivos à expansão de leitos hospitalares, tendo em vista escassez de insumos e de recursos humanos. Dessa forma, as medidas preventivas protegem as famílias, salvam vidas e asseguram viabilidade aos sistemas hospitalares. Medidas como o uso de máscaras e desestímulo a aglomerações tem sido usadas com sucesso na imensa maioria dos países, de todos os continentes”, diz trecho da carta.