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    CPI das Apostas Esportivas: sessão para votar relatório final tem bate-boca e é adiada

    Nova sessão para discutir o documento deve acontecer na semana que vem; comissão será encerrada na próxima terça-feira (26)

    Reunião para votar relatório final da CPI do Futebol começou com um atraso de mais de uma hora
    Reunião para votar relatório final da CPI do Futebol começou com um atraso de mais de uma hora Reprodução/YouTube TV Cãmara

    Mayara da Pazda CNN

    Brasília

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    A sessão desta quarta-feira (20) da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a manipulação de resultados em partidas de futebol destinada à votação do parecer final foi marcada por bate-boca. Com isso, a votação foi adiada.

    A reunião começou com atraso de mais de uma hora. Ao dar início ao encontro, o presidente do colegiado, deputado Julio Arcoverde (PP-PI), disse que iria se ausentar para tratar de assuntos pessoais.

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    A decisão foi prontamente criticada pelos deputados presentes, que também pediram o adiamento da votação do relatório, uma vez que, segundo eles, não houve tempo para analisar o conteúdo elaborado por Felipe Carreras (PSB-PE).

    A retirada de pauta do documento para votação aconteceu por 17 votos a 7.

    Após uma hora de sessão, a CPI chegou a um acordo para cancelar a reunião e remarcar um novo encontro na semana que vem. A data deve ser definida até a próxima sexta-feira (22). A CPI terá os seus trabalhos encerrados na próxima terça-feira (26).

    O que diz o relatório

    O relatório final da CPI sugere a criação de quatro projetos de lei e recomenda a atuação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do governo federal no assunto. O documento tem 244 páginas e é dividido em duas partes.

    Entre as medidas propostas, estão:

    • Projeto de Lei para determinar que, nos casos de manipulação de resultados, a Justiça Desportiva deverá garantir que as penalidades aplicadas sejam proporcionais e consistentes com o princípio da igualdade;
    • Projeto de Lei para tipificar a conduta do gestor, dirigente ou treinador que deixar de comunicar à autoridade competente a prática de crime contra a incerteza do resultado esportivo de que teve conhecimento no exercício de suas funções ou em decorrência delas;
    • Projeto de Lei para tipificar a conduta de realizar, intermediar ou contribuir para a realização de aposta de quota fixa em instituição à qual não tenha sido concedida outorga pelo órgão competente;
    • Projeto de Lei para vedar a realização de apostas sobre ações ou condutas individuais em partidas esportivas e sobre a repetição de indébito relativa a valores de prêmio a apostador que participar de esquema de manipulação de resultados de partidas esportivas.

    Convenção internacional

    Carreras também propõe que o relatório seja enviado ao Poder Executivo para considerar a adesão do Brasil à Convenção de Macolin, que trata da manipulação de competições esportivas.

    A convenção foi batizada com o nome da cidade suíça que sediou o acordo, em 2014, e é considerada pelo Conselho da Europa o mais promissor mecanismo de combate à manipulação de resultados.

    Nove países entraram oficialmente no acordo: Suíça, França, Itália, Portugal, Grécia, Ucrânia, Noruega, Islândia e Moldávia. Outros 32 já assinaram o compromisso de aderir à convenção.

    Recomendações à CBF

    O relator também propõe que o documento final seja enviado à CBF, para que as recomendações sejam avaliadas pela organização.

    Carreras pede a ampliação e o fortalecimento dos mecanismos institucionais de prevenção e repressão de manipulações de competições esportivas.

    Entre as medidas estão a expansão das campanhas educativas de conscientização e combate à manipulação no âmbito de competições esportiva e de ludopatia, especialmente entre federações, clubes e atletas; o aprimoramento dos canais de denúncia e a criação de uma unidade dedicada à integridade nas competições nacionais; e a ampliação dos mecanismos institucionais de monitoramento de violações à integridade das competições.

    O documento também recomenda o reforço dos instrumentos de cooperação junto a Federação Internacional de Futebol (FIFA). O objetivo é que punições de atletas e outras pessoas condenadas pela Justiça Desportiva brasileira passem a ter efeitos no exterior.

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