Defesa de Aécio pede que STF suspenda depoimento sobre Cidade Administrativa

Depoimento está marcado para 6 de agosto. Advogados afirmam que não tiveram acesso a depoimentos prestados por executivos de construtoras

Gabriela Coelho, da CNN em Brasília
Aécio Neves, Senado, Câmara dos Deputados
Deputado federal Aécio Neves (PSDB), na época em que atuava como senador pelo mesmo partido  • Foto: Jefferson Rudy - 6.jun.2018/Agência Senado
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A defesa do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (28), um pedido para que a Corte suspenda depoimento marcado para 6 de agosto em processo sobre suposto pagamento de caixa dois e irregularidades na construção da Cidade Administrativa, sede do governo mineiro.

Os advogados alegam que a juíza de Direito da Vara de Inquéritos Policiais da Comarca de Belo Horizonte negou acesso aos depoimentos prestados pelos diretores da construtora OAS e da Santa Bárbara Engenharia. 

"O depoimento está designado para a próxima semana, dia 06.08, havendo risco concreto de ser submetido ao constrangimento ilegal de ser inquirido sem ser-lhe franqueado acesso às provas que compõem o inquérito policial", afirmou a defesa. 

De acordo com as delações, executivos do setor delataram pagamentos de caixa dois para campanhas eleitorais de Aécio Neves. A delação da OAS também traz acusações em relação a uma das principais obras da gestão de Aécio no governo de Minas Gerais: a construção da Cidade Administrativa, nova sede do governo mineiro, que custou R$ 1,7 bilhão. 

Breghirolli relatou pagamentos de propina a um representante do governo de Minas “como contrapartida aos benefícios concedidos à construtora OAS na obra”.

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Segundo a defesa, de acordo com o relatório final da polícia, dentre os supostos elementos de prova que justificariam o indiciamento de Aécio por corrupção e peculato estariam os depoimentos prestados por Marcelo Dias e José Ricardo Nogueira Breghirolli. 

"Nas palavras do delegado, durante a investigação, diretores das empresas também firmaram acordos de colaboração premiada, também homologados pelo STF, os quais corroboram com as primeiras revelações e acrescentam detalhes relevantes dos crimes perpetrados pelo então governador. No caso concreto, os trechos das delações não deixam dúvidas de que o ato de colaboração apontou a responsabilidade criminal do governador”, disse a defesa.  

De outro lado, segundo a defesa, não há qualquer diligência em andamento. “Além de as delações terem sido homologada há tempos, o inquérito policial já foi relatado, com determinação de indiciamento do Reclamante. A única diligência faltante é a oitiva de Aécio Neves, o qual tem o direito de ter acesso, previamente, a todas as provas colhidas e diligências já realizadas”, afirmaram os advogados.