Defesa de Bolsonaro diz esperar decisão do TSE sem patrulhamento ideológico
Defesa vai pedir para TSE não incluir fatos novos no caso; caso isso ocorra, aliados de Bolsonaro avaliam que no lugar de inelegibilidade, pena poderia ser limitada à aplicação de multa
O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio Vieira, afirmou à CNN, nesta quinta-feira (22), que aguarda um julgamento sem patrulhamento ideológico pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A sessão está prevista para começar nesta manhã.
“Como alguém que acredita na Justiça, espero que o tribunal não se deixe levar por patrulhamento ideológico e julgue com base no conjunto probatório que é extremamente frágil para suportar uma condenação dessa natureza”, afirmou Tarcísio Vieira à CNN.
A sessão começa com apresentação do relatório do ministro corregedor Benedito Gonçalves sobre o caso.
Trata-se de uma ação apresentada pelo PDT que pede a condenação de Bolsonaro e do então candidato a vice, Walter Braga Netto, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação devido ao encontro do então presidente com embaixadores, no Palácio do Planalto, em que Bolsonaro fez críticas ao processo eleitoral brasileiro.
A tese da defesa é de que o caso deveria ficar restrito às acusações iniciais sobre a reunião de Bolsonaro com embaixadores, em julho de 2022.
E, portanto, não deveria incluir informações sobre outras investigações, como as que identificaram minutas golpistas na casa do ex-ministro Anderson Torres e no celular do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
Caso isso ocorra, aliados de Bolsonaro avaliam que no lugar de inelegibilidade, a pena poderia ser limitada à aplicação de multa.
Após a leitura do relatório, é a vez da sustentação oral das partes, quem acusa e quem é acusado.
Em nome de Bolsonaro, falará o advogado Tarcísio Vieira, que foi ministro do TSE até 2021.
De acordo com assessoria do ex-presidente, ele não estará em Brasília, viajará para Porto Alegre.
Vieira afirma que irá argumentar que Bolsonaro não teve chance de se defender dentro do processo do TSE das novas acusações.
A defesa compara o caso com o julgamento de 2017 sobre a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer.
Na ocasião, após longo debate, o TSE excluiu fatos novos e decidiu pela absolvição com base nas provas iniciais.