Delação de Cid é mentirosa, diz defesa de Braga Netto à CNN

Ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL) foi preso preventivamente no dia 14 de dezembro pela Polícia Federal

Leticia Martins, da CNN, São Paulo
José Luiz de Oliveira Lima, advogado de Braga Netto
José Luiz de Oliveira Lima, advogado de Braga Netto  • Reprodução: CNN
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“A delação do tenente-coronel (Mauro Cid), que deu base ao recolhimento do general Braga, é mentirosa, não é verdadeira, ela não está amparada em provas”, disse José Luiz de Oliveira Lima à CNN. Ele é advogado do general Walter Braga Netto, ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL), que foi preso preventivamente no dia 14 de dezembro pela Polícia Federal (PF).

“O relato trazido no tocante ao general Braga Netto nada mais é do que uma ficção de péssimo gosto, que não serve pra nada, é mentirosa", acrescentou a defesa do general.

A prisão do ex-ministro se deu no âmbito das investigações que apuram uma tentativa de golpe após a eleição de 2022.

Braga Netto é suspeito de obstrução de Justiça. Ele teria tentado obter dados da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Segundo a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão, os desdobramentos da investigação revelaram “verdadeiro papel de liderança, organização e financiamento” de Braga Netto nos planos golpistas.

Em depoimento no dia 5 de fevereiro de 2024, Mauro Cid confirmou que Braga Netto e “outros intermediários” procuraram seu pai, o general Mauro Lourena Cid, por telefone para saber informações sobre a colaboração premiada.

Por conta disso, a Polícia Federal argumentou que a liberdade do coronel poderia representar risco à ordem pública, visto que ele poderia cometer novos atos de interferência na investigação.

Pedido para reconsiderar prisão

Ontem (23), a defesa de Braga Netto enviou uma petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reconsiderar a prisão do general.

“O general Netto é militar da reserva, sem histórico de desobediência a ordens judiciais nem condutas que justifiquem a adoção de uma medida tão severa. Além disso, inexiste qualquer indício concreto de que ele represente risco à ordem pública, à aplicação da lei penal ou que comprometa as investigações já finalizadas”, argumenta a defesa.