Delegado indicia cúpula da PF por suposta interferência em investigação no MEC
Sob a condição de reserva, delegados da PF manifestaram à CNN que a decisão causou perplexidade, ainda mais porque indiciamento ocorreu antes da tomada de depoimentos marcados para o dia 28 deste mês
Integrantes da cúpula da PF foram indiciados por suposta interferência na operação que prendeu o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, em junho deste ano. A informação foi publicada pelo jornal O Globo nesta sexta-feira e confirmada à CNN por integrantes da PF.
O diretor de Combate ao Crime Organizado da PF, Caio Pellim, número três da corporação, e o superintendente da PF em São Paulo, Rodrigo Bartolamei foram indiciados. Também o delegado Raphael Astini, responsável por cumprir o mandado de prisão foi alvo de indiciamento.
A medida foi adotada pelo delegado Bruno Calandrini, que trava uma briga interna com integrantes da PF e acusa a cúpula de atrapalhar a operação ao não permitir a transferência do ex-ministro da Educação do litoral de São Paulo para Brasília, onde participaria de uma audiência de custódia.Sob a condição de reserva, delegados manifestaram à CNN que a decisão causou perplexidade, ainda mais porque o indiciamento ocorreu antes da tomada de depoimentos marcados para o dia 28 deste mês.
Como a CNN mostrou nesta sexta-feira, pelo menos 8 delegados foram intimados a depor no caso, sendo que a maior parte deles será ouvida com fins de indiciamento. Já o diretor geral da PF, Márcio Nunes, que ocupa cargo máximo da instituição, foi chamado para prestar esclarecimentos mas sem fins de indiciamento; ao contrário de seus colegas de cúpula.
As investigações sobre o esquema de propina no Ministério da Educação, e supostas interferências na operação, seguem sob sigilo no Supremo Tribunal Federal. A relatora é a ministra Carmen Lúcia.
Procurados, os delegados indiciados não se manifestaram.