Deputadas debatem fala de Lula sobre "baixo nível" do Congresso

Presidente deu declaração nesta quarta-feira (15), durante evento de comemoração do Dia dos Professores, no Rio de Janeiro

Rafael Villarroel, da CNN Brasil*, São Paulo
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As deputadas federais Bia Kicis (PL-DF) e Tabata Amaral (PSB-SP) debateram no CNN Arena desta quarta-feira (15) sobre a crítica do presidente Lula (PT) em relação ao Congresso Nacional, ao afirmar que as Casas Legislativas nunca tiveram a "qualidade de baixo nível" que tem agora.

Mais cedo, durante evento de comemoração do Dia dos Professores, no Rio de Janeiro, e ao lado do presidente da Câmara, Hugo Motta, o mandatário criticou o "nível" do Congresso.

Além de dizer que a "extrema-direita que se elegeu na eleição passada é o que existe de pior".

Para Bia, é "um absurdo o presidente da República atacar o Congresso dessa forma", além de dizer que a fala de Lula pode ser considerada uma "afronta".

"Hugo [Motta] foi muito educado (...) ele deveria ter se levantado e dado uma resposta à altura", afirmou.

Já para Tabata, a fala do presidente Lula foi certa e que "infelizmente, o nível do Congresso Nacional realmente está muito ruim", ao dizer que "quem diz isso é a população, quando vai pras ruas, quando aponta isso em pesquisa", criticou.

Segundo a parlamentar, o Congresso não está voltado para resolver os problemas do Brasil, citando o que chamou de "projetos absurdos" como a PEC da Blindagem e o projeto de lei que visava aumentar os números de deputados, além de criticar os deputados do Centrão e os bolsonaristas, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ao rebater a colega e criticar o partido do presidente, Bia afirmou que "nunca houve tanta corrupção quanto com o PT", citando os escândalos do Mensalão e do Petrolão, além de dizer que querer atribuir o baixo nível ao bolsonarismo é "uma piada".

Em outro momento do debate, questionadas sobre se a fala do presidente pode acirrar os ânimos entre o Executivo e o Legislativo, Tabata afirmou que o que acirra os ânimos "é quando a Câmara derruba um projeto que trazia corte de gastos, que taxava, que é uma justiça (...) que olhava para essa elite, que parece que nunca pode ser tocada", em referência à derrubada da MP (medida provisória) com alternativas ao aumento do IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras), que visava arrecadar cerca de R$ 17 bilhões aos cofres do governo federal em 2026, ano eleitoral.

"A gente vai retomar a confiança das pessoas na Câmara, no Senado, no dia que a gente pautar o que interessa o povo", afirmou.

Em contrapartida, Bia disse que o que acirra a tensão entre os poderes "são as mentiras que são contadas", além de afirmar que a MP do IOF pretendia "aumentar dez impostos para o povo brasileiro", citando que a medida "ia taxar todo mundo".

"Nós temos que resgatar a autoridade do Congresso, que hoje não é mais um Poder. Quem domina hoje e governa é o STF  junto com o Lula", criticou a parlamentar de oposição.