Deputados debatem realização de protestos contra a vitória de Lula

À CNN, Fernanda Melchionna e Tiago Mitraud discordaram sobre mobilizações ao redor do país

Vinícius Tadeu e Renata Souza, da CNN, Isabella Galvão, da CNN*, em São Paulo
Deputados federais Fernanda Melchionna (PSOL-SP) e Tiago Mitraud (Novo-MG)  • Reprodução/CNN (16.nov.2022)
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A deputada federal e vice-líder da oposição na Câmara, Fernanda Melchionna (PSOL-SP), e o deputado federal Tiago Mitraud (Novo-MG), em debate realizado pela CNN nesta quarta-feira (16), discutiram a realização de protestos pelo país contrários à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na avaliação de Melchionna, os protestos são "claramente golpistas por uma questão óbvia, porque pedem ditadura militar e intervenção federal".

A parlamentou criticou a reivindicação, ressaltando que "o país, em 1988, derrotou 21 anos de Ditatura Civil-Militar, onde quem questionava (...) era preso, perseguido, torturado e até assassinado".

Apesar de concordar que protestos que pedem por intervenção militar devem "ser combatidos", o deputado do Novo afirmou que "não podemos achar que toda pessoa que está na rua de verde e amarelo é um golpista".

Mitraud defendeu ainda a unificação do país. "Foram as eleições mais apertadas que a gente teve desde a redemocratização e nós não podemos continuar tratando os brasileiros, o país, como se fossem 60 milhões de comunistas, corruptos, e 58 milhões de golpistas, fascistas", afirmou.

Sobre o "perdeu, mané, não amola" que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso direcionou a um manifestante que o seguia em Nova York questionando os resultados das urnas, Mitraud afirmou que acha "lamentável a resposta do ministro dessa forma".

Para ele, "o Supremo e o TSE tiveram ações, ao longo desses últimos meses todos e até dos últimos poucos anos, bastante questionáveis".

Melchionna, por sua vez, reforçou suas críticas aos atos que classifica como "golpistas". "O que nós estamos vendo desde o resultado eleitoral é uma minoria — minoria social, minoria dos eleitores do Bolsonaro — que vão para a frente de um quartel pedir ditadura e pedir a anulação do resultado eleitoral. Não é a mesma coisa de uma manifestação de alguém que não gostou de uma ação, de um projeto de lei, de uma iniciativa do Lula ou do Bolsonaro", afirmou.

 

*Assista à íntegra do debate no vídeo acima