Deputados governistas pedem reciprocidade contra tarifaço de Trump
Parlamentares do PT, PC do B e PSOL criticaram o aumento de tarifas anunciado pelo governo norte-americano e responsabilizaram a "extrema direita"
Deputados governistas criticaram nesta quarta-feira (9) o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre tarifar em 50% os produtos do Brasil.
O grupo defendeu que o país aplique a Lei da Reciprocidade Econômica, sancionada em abril, que permite a adoção de contramedidas a ações unilaterais de outros países.
A legislação foi aprovada pela Câmara e pelo Senado no início de abril de forma acelerada. O texto teve apoio, inclusive, da oposição e foi impulsionado pela bancada ruralista.
Cerca de 20 deputados da base aliada do governo fizeram nesta quarta-feira uma declaração coletiva na Câmara sobre o tarifaço. Os parlamentares exibiram papéis com as frases "Soberania é reciprocidade!" e "Trump/Bolsonaro: não aceitamos chantagem tarifária!".
O líder do PT, deputado Lindbergh Farias (RJ), defendeu esperar que o governo anuncie um posicionamento oficial sobre a questão. Segundo ele, o grupo ainda irá articular com o Planalto possíveis ações no Legislativo. "O governo brasileiro deve tomar uma posição, o presidente Lula deve falar", disse.
Parlamentares do PCdoB e do PSOL, no entanto, afirmam que o Executivo deverá ser "altivo" e aplicar a Lei de Reciprocidade.
"Não precisa aprovar nenhuma lei ou medida legislativa, a gente deu ao governo autonomia [com a Lei de Reciprocidade]. A gente não precisa aprovar nada aqui, a lei está dada e está feita, o governo obviamente vai aplicar, porque o governo é altivo", afirmou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
Como a CNN mostrou, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou nesta tarde uma reunião de emergência com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o chanceler Mauro Vieira e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) após o anúncio dos EUA.
No ato desta quarta, o grupo de deputados da esquerda também responsabilizou a "extrema direita" pela articulação das medidas anunciadas pelo presidente norte-americano Donald Trump.
"Não posso deixar de falar do papel de um setor político, de uma extrema direita bolsonarista, que articulou meticulosamente essas sanções nos Estados Unidos", disse Lindbergh.