Disputa no PSDB tem novo candidato e resultado pode provocar saída de governadores

Ex-senador paulista José Aníbal decidiu apresentar-se como alternativa, buscando apoio de estados principalmente do Nordeste

Iuri Pitta
02/12/2021 - José Aníbal (PSDB-SP) discursa no plenário do Senado  • Jefferson Rudy/Agência Senado
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A sucessão no comando nacional do PSDB pode precipitar um movimento político de saída de mandatários tucanos nos estados, a depender dos resultados da disputa. O partido vai escolher nesta quinta-feira (30) o novo presidente da sigla, em substituição ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.

O nome apontado como favorito para comandar a legenda é o do ex-governador Marconi Perillo (GO), apoiado pelo diretório de Minas Gerais e setores de São Paulo.

Mas o ex-senador paulista José Aníbal decidiu apresentar-se como alternativa, buscando apoio de estados, principalmente do Nordeste, descontentes com o arranjo proposto para a reunião desta semana.

Leite antecipou a saída do comando do partido – um dos motivos é a dificuldade em conciliar as responsabilidades do PSDB com as do governo gaúcho. Ele foi um dos três chefes de Executivo estaduais eleitos pelo partido em 2022, ao lado da pernambucana Raquel Lyra e do sul-mato-grossense Eduardo Riedel.

A depender do desfecho de sua sucessão e dos demais cargos da Executiva do partido, tucanos apontam o risco de Leite cogitar novamente uma migração partidária, caso queira disputar a Presidência da República em 2026 – no ciclo eleitoral passado, ele foi cortejado para se filiar ao PSD de Gilberto Kassab.

A sigla, por sinal, também teria conversas com Raquel Lyra. Gestora de um estado em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu vencedor da última eleição, a tucana avalia migrar para uma sigla mais ao centro e que tenha mais proximidade com o governo federal, de acordo com fontes.

Nos bastidores do PSDB, quem tem sido protagonista nas articulações para definir o comando do partido é o deputado federal Aécio Neves (MG).

Meses atrás, quando a gestão de Leite promoveu um evento em Brasília para relançar as bases do partido, o mineiro foi a liderança mais assediada pela militância e recebeu um desagravo após ter sido absolvido em ações relacionadas à delação premiada de executivos da JBS.