
Doria indica que não recuará de candidatura até junho e traça plano contra rejeição
Aposta é que, ao deixar o governo de São Paulo, no fim de março, tucano poderá se dedicar à pré-campanha e melhorar seus números
João Doria chega em seus últimos dias como governador de São Paulo com a dura missão de defender sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto, alvo de desdém de rivais e de ceticismo por parte de seus correligionários. Mas o tucano não pensa em desistir. Ao menos, não agora.
Doria tem dito a pessoas próximas que, antes de junho, não tomará a decisão de abrir mão da candidatura. O diagnóstico do governador, compartilhado por seus auxiliares, é que, antes disso, o eleitor não está interessado na eleição e desistir tão antes do prazo das convenções não faz sentido politicamente.
Além disso, a aposta do grupo de Doria é que, ao deixar o comando de São Paulo, no final de março, ele poderá se dedicar à pré-campanha e melhorar seus números. Serão, portanto, três meses de pré-campanha na rua.
Se não houver guinada até junho, Doria tem repetido a aliados que irá trabalhar para eleger o candidato mais bem posicionado na terceira via. O governador vem dizendo que sua candidatura não é por ele nem pelo PSDB, mas pelo país e, portanto, o recuo pode acontecer lá na frente.
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Jair Bolsonaro (PL), presidente do Brasil e pré-candidato à reeleição
Crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil - 2 de 12
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente, governou o país entre 2003 e 2010 e é o pré-candidato do PT à Presidência
Crédito: FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 3 de 12
Ciro Gomes, ex-governador do Ceará e ex-ministro da Fazenda e da Integração Nacional, pré-candidato à Presidência pelo PDT
Crédito: DENNY CESARE/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO - 4 de 12
Simone Tebet cumpre o primeiro mandato como senadora por Mato Grosso do Sul e é a pré-candidata do MDB à Presidência
Crédito: FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 5 de 12
Luciano Bivar é presidente do União Brasil e pré-candidato do partido à Presidência; deputado federal já comandava o PSL antes da fusão da sigla com o DEM
Crédito: FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 6 de 12
Felipe d'Avila, pré-candidato do partido Novo à Presidência da República
Crédito: Reprodução Facebook - 7 de 12
André Janones, atualmente é deputado federal por Minas Gerais, é o pré-candidato à Presidência pelo partido Avante
Crédito: Paulo Sergio/Agência Câmara - 8 de 12
Eymael, pré-candidato à Presidência pelo DC; ele já concorreu nas eleições presidenciais em 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018, sempre pelo mesmo partido
Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Bras - 9 de 12
Vera Lúcia é a pré-candidata à Presidência da República pelo PSTU
Crédito: Romerito Pontes/Divulgação - 10 de 12
Leonardo Péricles, pré-candidato à Presidência pelo Unidade Popular (UP)
Crédito: Manuelle Coelho/Divulgação/14.nov.2021 - 11 de 12
Sofia Manzano, pré-candidata do PCB à Presidência nas eleições 2022
Crédito: Divulgação - 12 de 12
Pablo Marçal, pré-candidato à Presidência pelo Pros. Ele é empresário e se filiou ao partido no fim de março de 2022
Crédito: Reprodução/Facebook
Doria tem pontuado entre 2% e 3% nas pesquisas de intenção de voto nacionais. Transformar esse quadro vai exigir um trabalho árduo de marketing e ajustes em sua postura, admite o próprio governador nos bastidores. Pesquisas encomendadas por sua campanha mostram um enorme descolamento entre a avaliação do governo Doria e a do candidato Doria. A gestão é bem avaliada pelos paulistas, mas a imagem do candidato tucano patina.
O desafio, portanto, é colar na figura de João Doria os feitos do governo feito por ele. E reduzir a rejeição, hoje uma das maiores entre os postulantes ao Planalto.
Para isso, a equipe do governador traçou um roteiro que envolve levar ao público nacional os feitos do governo de São Paulo e a trajetória de Doria – as dificuldades que a família enfrentou durante sua infância, o exílio do pai, a perda precoce da mãe, os estudos em escola pública. A primeira etapa será, portanto, mostrar ao público quem é João Doria, diz um aliado.
A estratégia deriva da análise feita em pesquisas qualitativas. De acordo com integrantes do time de Doria, o eleitor não sabe muitas vezes explicar por que não gosta do governador. Há uma implicância que, na visão de seus estrategistas, tende a ser mais fácil de ser revertida do que a de candidatos que têm, por exemplo, a corrupção como motor de aversão por parte do eleitor.