Entre eleições e tarifaço, PT empossa Edinho com possível presença de Lula

Além da posse da nova direção, o encontro nacional da sigla serve como palco para consolidar estratégias de enfrentamento ao que o partido considera uma nova fase do conflito político global

Cristiane Noberto, da CNN, Brasília
Compartilhar matéria

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve participar no ato de posse da nova direção nacional do Partido dos Trabalhadores neste domingo (3), em Brasília, no encerramento do 17º Encontro Nacional da sigla.

Ministros petistas, parlamentares e outras figuras relevantes da política também são esperados no evento.

O encontro, marcado por discussões internas sobre o futuro da legenda e estratégias de mobilização — especialmente para as eleições do ano que vem —, ocorre em meio à imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, liderados pelo presidente Donald Trump.

Além disso, o posicionamento do país frente às sanções impostas pelo norte-americano ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

O novo presidente do PT, Edinho Silva, assume o comando da sigla em um momento de tensão geopolítica — especialmente por conta da imposição de tarifas de Trump, pelo mundo — e com a missão de preparar o partido para o cenário eleitoral de 2026.

Ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social no governo Dilma Rousseff e ex-prefeito de Araraquara (SP), Edinho já presidiu o PT entre 2009 e 2013 e coordenou a campanha de Lula em 2022.

A posse será realizada às 10h de domingo, no Complexo Brasil 21. Em um evento recente em São Paulo, Edinho Silva afirmou que o PT precisa se organizar para o “pós-Lula”, com um partido forte e alinhado às demandas da sociedade.

Na ocasião, ele defendeu que o sucessor de Lula deve ser construído politicamente a partir da atuação do próprio partido. “O sucessor do Lula não será um nome, será o PT forte, organizado e totalmente em sintonia com a sociedade brasileira”, afirmou.

No evento, o novo presidente petista também criticou as tarifas de Donald Trump e disse que uma eventual “3ª Guerra Mundial pode não ser bélica, mas econômica, e pode ser tão devastadora quanto a guerra bélica”. Ele classificou a política de tarifas como autoritária e uma reação à aproximação de países com moedas emergentes.

Além da posse da nova direção, o Encontro Nacional do PT serve como palco para consolidar estratégias de enfrentamento ao que o partido considera uma nova fase do conflito político global.

O evento começou na última sexta-feira (1º), e contou com votações internas, debates e discussões sobre o futuro da legenda.