Escala 6x1: quais são os próximos passos no Congresso

Proposta já reúne 231 assinaturas, mas enfrenta resistência de parlamentares e críticas de economistas

Gabriel Garcia, da CNN, Brasília
Carteira de trabalho completa 80 anos em busca da modernidade
Um dos principais pontos de dúvida entre os usuários das redes sociais tem sido a compreensão sobre o andamento da proposta  • Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê o fim da escala 6×1 — uma folga a cada seis dias de trabalho — foi um dos assuntos mais comentados em redes sociais e gerou diversos tipos de debates.

Um dos principais pontos de dúvida entre os usuários das redes sociais tem sido a compreensão sobre o andamento da proposta e os próximos passos no Congresso Nacional.

O projeto, de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), já alcançou o apoio necessário para começar a tramitar no Congresso. Eram necessárias as assinaturas de ao menos 171 dos 513 deputados.

Embora já tenha conseguido reunir as assinaturas necessárias para ser formalmente apresentada, a PEC ainda precisa passar por diversas etapas legislativas antes de se tornar uma realidade.

O primeiro passo após a coleta das assinaturas é a apresentação oficial da PEC, que, em seguida, será analisada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). A CCJ é responsável por avaliar a admissibilidade da proposta.

Depois, ela passa por comissões especiais, que discutem o mérito e podem alterar o texto original, visando melhorias ou uma maior chance de aprovação e apoio interno entre os deputados.

A proposta deve passar por uma série de audiências públicas, onde sindicatos, associações e especialistas serão ouvidos para enriquecer o debate e fornecer subsídios para os congressistas decidirem.

Por ser uma proposta polêmica, que reúne muitos apoiadores e críticos, os debates devem ser intensos e duradouros. O texto já conta com 231 assinaturas, vindas, principalmente, de partidos da base governista.

Apenas cinco deputados do Partido Liberal (PL), o maior partido de oposição ao governo, assinaram a proposta.

A principal crítica desses parlamentares é que, ao reduzir a carga horária de trabalho, haveria uma consequente diminuição nos salários e na produtividade, além de demissões e cortes de gastos.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a proposta reduziria a produtividade e elevaria o custo da mão de obra.

Após a análise nas comissões, a PEC é levada ao plenário da Câmara, onde os deputados votarão. A aprovação depende do voto favorável de 308 dos 513 deputados. Se aprovada, a proposta seguirá para o Senado, onde passará por um processo semelhante.

Caso haja discordância entre as duas Casas, a PEC poderá passar por um processo de ajustes sucessivos, com nova votação e apreciação até que ambas as Casas cheguem a um consenso sobre o texto final.

Uma vez que a PEC seja aprovada de forma definitiva nas duas Casas, sem modificações ou após a resolução das alterações, ela será promulgada.