“Estão confundindo federação com coligação”, afirma Alessandro Vieira
À CNN, pré-candidato do Cidadania à Presidência da República afirmou que "regras claras" devem evitar incorporação do partido
A federação partidária entre o Cidadania e o PSDB –aprovada no último sábado (19) após reunião entre a cúpula dos partidos– visa fortalecer a terceira via para as eleições deste ano. Entretanto, algumas regras precisam ser “aprofundadas” antes de definir o nome do candidato que representará essa junção na disputa eleitoral. Essa é a opinião do senador Alessandro Vieira, pré-candidato a presidente da República pelo Cidadania, em entrevista à CNN nesta segunda-feira (21).
“Tivemos uma votação, uma decisão democrática –ainda que tenha sido uma maioria muito estreita– e definiu que devemos avançar com a federação junto ao PSDB. Tenho respeito ao partido e ao pré-candidato João Doria, mas é preciso aprofundar ainda mais esse trabalho. Ou seja, é preciso de regras muito claras para proteger quem ‘tá’ lá na base”, disse Vieira.
Para o senador, a federação pode trazer impactos, como a paralisação da renovação do partido; uma questão que deve ser melhor trabalhada, conforme explica o entrevistado.
“As pessoas estão confundido federação com a antiga coligação. Não tem nada a ver. A federação vai obrigar um compromisso de quatro anos, que vai impactar essa eleição e as duas próximas. Sem uma regra clara, que permita ter renovação na base, paralisa a renovação do partido. Isso não é desejável”, disse o senador.
“A gente está nessa etapa e vem ajudando para que isso chegue ao melhor termo possível” acrescentou Vieira.
O pré-candidato reitera a importância da criação de regras claras, a fim de evitar a “incorporação” de um partido, sem a construção coletiva entre os integrantes.
“Se você não tiver um conjunto de regras muito bem feito, você vai ter uma incorporação, pura e simplesmente a manutenção da estrutura de comando partidário, o controle do caixa, algumas construções estaduais favorecidas por conduções de nominatas, de construção de chapa –praticamente São Paulo e Pernambuco– e no restante do país alguns problemas que precisam ser tratados. Então, acredito na construção coletiva. É o meu jeito de trabalhar”, disse.
Terceira via
O Cidadania aprovou a federação com o PSDB, que tem como pré-candidato a presidente o governador de São Paulo, João Doria.
As outras duas alternativas na mesa eram se aliar ao PDT, cujo pré-candidato é Ciro Gomes, ou ao Podemos, que aposta na candidatura do ex-juiz Sergio Moro ao Planalto.
“Precisamos de candidatos que consigam romper a bolha de polarização. Toda candidatura que polariza, que gera uma rejeição imediata, tem baixas chances de sucesso. Isso acontece com Doria, com Moro e por motivos diferentes acontecem com Ciro. Tem que abrir espaço com quem não tem rejeição no início, e que tem condições de fazer um diálogo com todas as partes”, afirmou.
Vieira afirmou ainda que a pré-candidata Simone Tebet (MDB) e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), têm “esse perfil” destacado por ele como ideal para a terceira via.
A CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto pela TV e por nossas plataformas digitais.
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