Ex-ministro nega participação em plano de golpe e diz ter freado Bolsonaro

Em documento entregue ao STF, defesa de Paulo Sérgio Nogueira destacou trechos da denúncia da PGR e da delação de Mauro Cid que demonstrariam posição contrária a alterar relatório das urnas

Gabriela Boechat, da CNN*, Brasília
O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, participa de audiência pública da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados - 08/06/2022  • Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
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Em documento apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na quinta-feira (6), o ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, argumenta que a própria denúncia da Procuradoria-Geral da União demonstra que ele foi contrário a um plano de golpe e teria atuado para evitar que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) assinasse alguma "doideira".

A denúncia da PGR afirma que a organização criminosa pelo golpe estaria pressionando Paulo Sérgio a alterar relatório sobre segurança das urnas eletrônicas, para dizer que houve fraude, mas não obteve sucesso.

A partir desse trecho, a defesa do general argumenta que a própria PGR afirma que Paulo Sérgio não participou da alteração do relatório, tendo em vista que a citação de uma fraude nunca ocorreu.

A defesa cita ainda a delação de Mauro Cid, referenciada diversas vezes na denúncia. O tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro afirmou, em delação, que Paulo Sérgio teria se posicionado contrário a um golpe e sentia medo de que "radicais" assessorassem e levassem o Bolsonaro a assinar uma "doideira".

Cid delatou ainda que Paulo Sérgio estava alinhado com o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, que foi contra a execução de um golpe.

*Sob supervisão de Ronald Johnston