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    Exército amplia número de adidos no exterior

    Países com representantes da força terrestre vão passar dos atuais 56 para 64

    Daniel RittnerJussara Soaresda CNN , Brasília

    Diante de um cenário geopolítico cada vez mais hostil, que inclui o maior volume de conflitos armados desde a Segunda Guerra Mundial, o Exército Brasileiro ampliará sua rede de adidos no exterior.

    Tendo a Ásia como um dos principais focos de expansão, o número de representantes da força terrestre passará dos atuais 56 para 64 países.

    Desse total, hoje existem adidos próprios do Exército atuando junto às embaixadas e missões brasileiras em 30 nações.

    Eles ainda estão acreditados oficialmente, ou seja, têm sua atribuição estendida para outros 14 países — onde não são residentes, mas representam a força terrestre.

    Na reformulação em andamento, o Exército passará a ter adidos próprios em 33 localidades e acreditados em outras 22.

    Nos demais países, a representação se dará por meio de adidos da Aeronáutica ou da Marinha, que “emprestam” seus serviços ao Exército — o contrário também ocorre. Ou em sistema de rodízio entre as três forças. É o chamado adido “tudão”, como se costuma chamar na comunidade diplomática.

    As expansões vão sair por meio de decreto presidencial e já constam da nova edição das Diretrizes para as Atividades do Exército Brasileiro na Área Internacional (Daebai).

    O trabalho para a elaboração das diretrizes foi conduzido pela 5ª Subchefia do Estado-Maior do Exército (EME).

    A lista dos países é mantida em reserva, mas a CNN apurou que alguns países da Ásia passarão a ter adidos do Exército. O continente é visto pela força terrestre como uma região sensível, de disputa geopolítica, com aumento de tensões e ameaças.

    De acordo com o Instituto de Pesquisa para a Paz de Oslo, havia 59 conflitos armados ativos no mundo em 2023 — o maior número desde 1946.

    A presença dos adidos, no entanto, não busca apenas mapear riscos bélicos ou geopolíticos.

    Eles também podem ter, como função, o estabelecimento ou o aprofundamento de diálogo com governos e empresas locais para a compra e venda de produtos de defesa, cooperação militar, organização de atividades conjuntas.

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