Exército diz que não tinha orientação formal para uso de farda por Cid
Ministério Público Militar havia dado 10 dias para que o Exército explicasse se pediu que ex-ajudante de obras fosse depoir fardado em CPMI



O setor jurídico do Exército Brasileiro enviou ofício ao Ministério Público Militar, na quinta-feira (27), no qual explicou que não houve orientação formal para que o ex-ajudante de ordens Mauro Cid vestisse farda militar em depoimento à CPMI do 8 de janeiro.
Segundo relatos feitos à CNN, o Exército Brasileiro explicou no documento que o comparecimento do ex-ajudante de ordens com farda teve como motivação o fato de ele ter sido convocado para prestar depoimento pelas funções exercidas em um cargo de natureza militar.
O Ministério Público Militar havia dado um prazo de dez dias para que o Exército Brasileiro explicasse a orientação para que Cid comparecesse fardado à comissão de inquérito que investiga os ataques do 8 de janeiro.
O despacho lembrava que, no dia do depoimento, o Exército Brasileiro havia informado que Cid tinha sido orientado a comparecer fardado pelo entendimento de que o militar da ativa foi convocado para tratar de temas referentes à função para a qual fora designado pelas Forças Armadas.
A presença dele fardado, no entanto, foi criticada nos bastidores por generais da ativa e da reserva ouvidos pela CNN. Para eles, Cid não estava sendo inquirido por eventuais crimes militares e a imagem dele fardado tinha potencial de desgastar a imagem das Forças Armadas.
Em caráter reservado, integrantes das Forças Armadas traçam uma diferença entre o tenente-coronel Mauro Cid e o coronel Jean Lawand, que também prestou depoimento à CPMI do 8 de janeiro, mas sem utilizar farda militar.
Eles afirmam que, ao enviar mensagens a Cid, Lawand estava atuando em esfera privada, não no exército de um cargo militar, diferentemente de Cid, cujo celular era funcional da função de ajudante de ordens da Presidência da República.