Federação PSDB e Cidadania anuncia que irá votar contra PL das Fake News

Votação do projeto de lei pode acontecer nesta terça-feira (2), mas partidos articulam para que texto não seja aprovado na Câmara

Tiago Tortella, da CNN, em São Paulo
Novo PL das Fake News na Câmara
Fake news são investigadas pela PF  • Foto: Marcello Casal Jr. - 31.jan.2012/ Agencia Brasil
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A federação que une os partidos PSDB e Cidadania anunciou que irá votar contra o PL das Fake News, que pode ser analisado nesta terça-feria (2) na Câmara dos Deputados.

Adolfo Viana, líder do PSDB na Câmara, gravou um vídeo em que explica a decisão das siglas.

"Nós queremos que a população brasileira tenha total liberdade de expressão, e, no projeto, com agência reguladora ou sem, esse controle passará pelo poder Executivo. Hoje, do presidente Lula. Amanhã, de outro presidente. E nós não queremos que nenhum presidente tenha o controle da liberdade de expressão da população", disse.

Entretanto, o parlamentar pontuou que as redes sociais "estão com muitos criminosos" e que não há lei, atualmente, que possa garantir um ambiente "mais seguro".

PL das Fake News

O PL das Fake News cria a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet e estabelece obrigações a serem seguidas por redes sociais, aplicativos de mensagens e ferramentas de busca na sinalização e retirada de contas e conteúdos considerados criminosos.

A discussão para aprovação do projeto aumentou consideravelmente após os ataques contra escolas e a uma creche realizados em 2023 no Brasil, com as autoridades afirmando que ao menos um dos suspeitos pelos atentados integrava grupos neonazistas na internet.

Além disso, especialistas ressaltam que o “efeito contágio” — quando algum conteúdo é replicado diversas vezes nas redes sociais, por exemplo — pode estimular o cometimento dos ataques. Assim, o governo federal luta para regulamentar a retirada e derrubada de perfis e publicações violentas.

Há resistência, porém, por parte das big techs — as grandes empresas donas de redes sociais e outros sites — quanto à regulação da internet. O Google, por exemplo, havia adicionado à sua página de busca um link para um texto intitulado “O PL das Fake News pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira”.

O relator do texto, Orlando Silva (PCdoB), fez alterações na proposta após conversas com a bancada evangélica, que também se posiciona contra. Entre as mudanças, foi retirada a criação de um órgão regulador.

Mesmo assim, diversos partidos ainda devem votar para que o projeto de lei não passe, como o Republicanos e o Partido Liberal (PL).