G20: China exige controle de rede subterrânea e inspeção de alimentos para visita de Xi

Documento enviado pela embaixada da China ao Itamaraty detalha especificações de segurança para vinda do líder chinês ao Rio

Gabriela Prado, da CNN, Brasília
Presidente da China, Xi Jinping
Presidente da China Xi Jinping  • 8/3/2024 REUTERS/Tingshu Wang
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A Embaixada da República Popular da China no Brasil enviou um documento de seis páginas com especificações de segurança para a visita do presidente Xi Jinping durante a Cúpula do G20, no Rio de Janeiro, em novembro.

O documento foi encaminhado ao Ministério das Relações Exteriores no dia 15 de outubro e solicita controle da rede subterrânea do hotel onde a delegação ficará hospedada, além de solicitar a verificação rigorosa de identidade de funcionários do hotel, motoristas, jornalistas e de serviço no aeroporto.

A visita, se confirmada, será a primeira do líder chinês neste mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os chineses pedem a escolta de pelo menos seis carros brasileiros para quatro comboios. O principal, de acordo com a nota da embaixada da China, terá 25 veículos. Além do presidente, o pedido de segurança se estende a duas autoridades do país asiático.

As autoridades asiáticas também pedem verificação da rede subterrânea no hotel, no percurso até o evento e no local de encontro dos chefes de Estado. O objetivo seria evitar, por exemplo, explosões de metano em redes de esgoto.

Há ainda a preocupação com um gasoduto no Rio. De acordo com a nota da embaixada chinesa, "solicita-se por gentileza eliminar com antecedência os possíveis riscos de condutas de gás. Sobre vazamento de gasoduto, verificar alarme, controle e tratamento".

Sobre a investigação de pessoal, a diplomacia pede ao Brasil para verificar "rigorosamente e com antecedência" a identidade de funcionários do hotel, motoristas do comboio e até jornalistas.

Segundo o documento, a medida visa prevenir "quaisquer incidentes perturbatórios e destrutivos de curta distância".

Além da locomoção, os diplomatas pedem que os brasileiros dêem acesso a um médico chinês, um segurança e um intérprete nas cozinhas para "amostragem de alimentos".

China no G20

Um dos países fundadores do grupo das 20 maiores economias do mundo, a China é o principal parceiro comercial do Brasil.

Em 2023, Xi Jinping não participou da cúpula do G20. Foi a primeira vez, desde a criação do grupo, que o país não enviou o chefe de Estado para o evento.