Gabinete paralelo e investigação no RJ: veja como será a próxima semana da CPI
Semana terá novos depoimentos de políticos e especialistas, além da votação de novos requerimentos
A CPI da Pandemia chega ao seu terceiro mês de atuação, e, na semana que começa no dia 21 de junho, entre outros pontos, vai focar seus trabalhos para tentar entender o funcionamento de um suposto gabinete paralelo que aconselharia o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em ações contra a pandemia sem estar ligado ao Ministério da Saúde.
Depoimentos
Na terça-feira (22) a CPI da Pandemia vai sabatinar o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), que participou de reuniões no Palácio do Planalto durante a pandemia do novo coronavírus. Ele já defendeu a utilização da hidroxicloroquina no tratamento à doença, apesar de o medicamento ser considerado sem eficácia pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Terra apareceu em diversos vídeos que mostram o suposto gabinete paralelo, e é considerado um de seus principais expoentes.
Na quarta-feira (23) a CPI da Pandemia escuta Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, representante da farmacêutica indiana Bharat Biotech no Brasil. A empresa é acusada de praticar lobby para que o governo brasileiro comprasse a vacina produzida pela matriz indiana, a Covaxin, que não foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Na quinta-feira (24) Filipe Martins, assessor Internacional do Presidente da República, vai ser sabatinado pela comissão. Ele é outro suspeito de integrar o gabinete paralelo.
A semana fecha com um novo debate entre especialistas em ciência, dessa vez com Jurema Werneck, representante do Movimento Alerta, e Pedro Hallal, médico e epidemiologista.
Requerimentos
Além das audiências, a CPI vai votar na próxima semana requerimentos importantes, muitos ligados às acusações do ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel.
A CPI deve votar na próxima semana o requerimento de audiência privada de Witzel, além da quebra de sigilo de pessoas ligadas às organizações sociais que atuam nos hospitais federais do Rio de Janeiro.
É esperado também que a comissão convoque Claudio Castro, atual governador do Rio de Janeiro, e o secretário de Saúde fluminense, Alexandre Chieppe.
Vai ser feito também um requerimento ao Ministério da Defesa sobre os voos que a médica Nise Yamaguchi fez com aviões da FAB desde janeiro do ano passado.