GLO é algo "complexo" e precisa ser "requerida" pelo estado, diz ministro
Segundo Ricardo Lewandowski, decretação da medida no Rio de Janeiro não foi discutida em reunião do presidente Lula com ministros
Um dia após a megaoperação contra o crime organizado no Rio de Janeiro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse nesta quarta-feira (29) que uma operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) é algo "complexo" e precisa ser "requerida" pelo governo de Cláudio Castro (PL).
"A operação de GLO, que diz respeito à garantia da lei e da ordem, primeiro tem que ser requerida formalmente pelo governador [Cláudio Castro]. Não é uma ação espontânea do governo federal ou do presidente da República", afirmou Lewandowski após reunião com Lula e ministros no Palácio da Alvorada.
Participaram também do encontro na residência oficial do presidente da República:
- Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro da Indústria
- Gleisi Hoffmann, ministra de Relações Exteriores
- Sidônio Palmeira, ministro da Secretaria de Comunicação Social
- Rui Costa, ministro da Casa Civil
- Macaé Evaristo, ministra dos Direitos Humanos
- Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial
- Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública
- Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal
A megaoperação de ontem deixou ao menos 119 mortos — 58 no dia da operação e outros 61 corpos encontrados na mata hoje —, 113 presos (sendo 33 de outros estados), 10 menores apreendidos, 118 armas apreendidas (sendo 91 fuzis, 26 pistolas e 1 revólver), 14 artefatos explosivos, e toneladas de drogas ainda sendo contabilizadas.
Lula ficou "surpreso" com falta de informações sobre operação
Ainda de acordo com Lewandowski, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficou "estarrecido" e "surpreso" com a megaoperação.
"O presidente ficou estarrecido com o número de ocorrências fatais e também se mostrou surpreso que uma operação desta envergadura fosse desencadeada sem conhecimento do governo federal, sem nenhuma possibilidade do governo federal participar de alguma forma", declarou o chefe da Justiça e Segurança Pública.
Uma comitiva do governo federal, da qual Lewandowski faz parte, segue ainda nesta tarde para o Rio de Janeiro, onde deve se reunir com Castro e autoridades locais no Palácio Guanabara. Existe a possibilidade de que Lula converse com o chefe do Executivo fluminense remotamente.


