Governador diz lei que seca no Piauí diminuirá taxa de reprodução da Covid-19
À CNN, Wellington Dias explicou que medida, combinada com adiantamento de feriado, deve tirar 600 mil pessoas das ruas do estado


O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), afirmou nesta sexta-feira (15) que a decisão de adiantar o feriado do Dia do Piauí – originalmente em 19 de outubro – e de proibir o consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos até domingo (17) tem como objetivo tirar 600 mil pessoas das ruas do estado e diminuir a taxa de reprodução do novo coronavírus.
“Queremos ter 600 mil pessoas a menos em movimento no Piauí para quebrar a taxa de reprodução do vírus. Nesses três dias, funcionam os serviços essenciais e, na segunda-feira (18), voltamos ao outro decreto de isolamento, bastante restritivo”, afirmou, em entrevista à CNN.
O governador afirmou que tem ciência de que as medidas mais rigorosas vão afetar a rotina das pessoas e a economia, já fragilizada, mas afirmou que o objetivo é dar ao estado condições de salvar vidas de pessoas infectadas pela Covid-19.
“Hoje nós ainda estamos em uma situação controlada porque estamos à frente do vírus. Temos cerca de 15 dias de folga [em relação à capacidade de leitos de UTI], mas isso pode mudar rapidamente”, afirmou Dias.
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Ele disse que, recentemente, o desrespeito à legislação e a imprudência por parte de moradores do estado resultaram em 157 internações em leitos que deveriam ser usados para as vítimas da pandemia.
Diálogo com governo federal
O político petista, que se disse adversário, mas não inimigo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou receber com muita esperança a notícia de diálogo entre líderes do Executivo e do Legislativo. E cobrou coordenação contra a doença.
“Estamos em uma guerra, com mais de 13 mil mortes, e estamos perdendo essa guerra para o coronavírus. Temos vários generais, que são poder Executivo, Legislativo, os governadores, os prefeitos. Não é razoável que não tenha um plano unificado”, disse.
Ele também cobrou uma estratégia nacional para apoiar estados e municípios no combate da Covid-19 e disse que o Executivo deve ter agilidade para liberar a verba aos estados e municípios para evitar o colapso do sistema de saúde.
“A lei foi aprovada há uma semana. Já era para estar regulamentada, para estarem pagando. É algo para ontem. Se não sair hoje, tem que sair segunda-feira. Só assim teremos condições de vencer o coronavírus.”