Governistas tentam convencer presidente de CPMI a votar pedidos ligados a caso de joias
Deputados já se articulam para tentar criar uma CPI para investigar especificamente o caso das joias
Parlamentares aliados ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tentam convencer o presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA), a colocar em votação pedidos ligados ao suposto esquema de venda ilegal de joias e presentes recebidos pela comitiva brasileira em viagens oficiais no exterior durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) disse à CNN que vai tentar mostrar a Maia “não ter jeito de a gente não dar uma resposta ao que está acontecendo”. “Amanhã é o anticlímax se a gente não der uma resposta”, afirmou.
“Se no interior do golpe tem golpista corrupto, tem que investigar o golpista que exerceu corrupção”, completou. “Nós temos que dar a resposta da CPMI. Senão, desmoraliza a própria CPMI, principalmente o presidente. Mas nós vamos discutir isso com ele, vamos ver se a gente convence”.
Aviso do presidente
Na última sexta-feira (11), Arthur Maia escreveu no Twitter que não aceitará assuntos alheios aos atos criminosos de 8 de janeiro.
Aviso aos navegantes: CPMI tem o propósito de investigar os acontecimentos do dia 8/1. Não admitirei que seja transformada em um palco de discussões estranhas a esse objetivo. Eventuais denúncias de corrupção ou outros assuntos contra quem quer que seja não serão tratados aqui
Junto ao colega deputado federal Túlio Gadêlha (Rede-PE), Rogério Correia é um dos autores do pedido de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados para investigar o caso das joias. Eles contam com 112 das 171 assinaturas necessárias para dar andamento ao pedido.
Parlamentares governistas apresentaram nos últimos dias requerimentos de convocação de várias pessoas do entorno de Bolsonaro que são investigadas pela Polícia Federal no caso das joias, como:
- o tenente-coronel Mauro Cid – que já esteve na CPMI e ficou em silêncio,
- o pai dele, general da reserva do Exército Mauro Lourena Cid,
- e o advogado Frederik Wassef, que já atuou para Bolsonaro.
Nesta terça-feira (15), a CPMI deve ouvir o fotógrafo Adriano Machado, da Reuters. Ele esteve dentro do Palácio do Planalto durante os atos criminosos a trabalho para registrar os invasores no prédio. A convocação foi feita a pedido de parlamentares da CPMI que fazem oposição ao governo Lula.