Governo estima R$ 110 bi em investimentos até 2026, com otimização de concessões rodoviárias

Programa do Ministério dos Transportes permite otimização dos contratos para retomada de obras paralisadas

Da CNN Brasil
Trecho da Via Dutra no RJ
Programa visa garantir a modernização de concessões de rodovias para corrigir defasagens e retomar obras paralisadas  • Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O governo estima que o programa de otimização dos contratos de concessão das rodovias movimente R$ 110 bilhões em investimentos na infraestrutura do transporte rodoviário, até o fim de 2026. O montante foi divulgado pelo Executivo nesta quinta-feira (21), em evento sobre a iniciativa no Palácio do Planalto.

"São R$ 110 bilhões de investimentos, com capacidade de gerar até 1 milhão e 600 mil postos de trabalhos entre empregos diretos e indiretos", afirmou o ministro dos Transportes, Renan Filho, no evento.

Na cerimônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o modelo de concessões é uma forma do Estado reconhecer que "não pode fazer tudo" e precisa atrair recursos privados.

Renan Filho também afirmou que o programa "evita o litígio e dá segurança jurídica ao parceiro privado", além de dar garantia ao poder público e fortalecer investimentos no país.

A política de otimização foi instituída em agosto de 2023. O objetivo é garantir a modernização de concessões para corrigir defasagens técnicas e financeiras. A iniciativa vale para contratos “estressados”, aqueles com obras paralisadas e obrigações suspensas, que seriam alvo de nova licitação.

"Otimizar o contrato é corrigir todos os parâmetros do contrato para que ele volte a performar. A gente discute o prazo, a gente discute tarifa e discute as obras", disse Renan Filho. O ministro também declarou que o Tribunal de Contas da União (TCU) acompanha “de perto” os processos de otimização.

O governo afirma que, ao contrário de uma relicitação, a otimização permite o início de novas obras em até 30 dias após a assinatura dos termos aditivos. A medida possibilita o aproveitamento de projetos já existentes e licenciamentos válidos, de forma atualizada.

Conforme o Ministério dos Transportes, a partir da assinatura dos termos aditivos, as concessionárias se comprometem a iniciar obras imediatamente e renunciam a “todos os processos judiciais, administrativos e arbitrais existentes”.

De acordo com o governo, o programa já teve a adesão de 14 contratos de concessão de rodovias que atravessam 13 unidades federativas: Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

A projeção do governo é que o programa deve garantir 1.566,1 quilômetros de duplicações, sendo 436,9km entre 2024 e 2026.

Em relação a faixas adicionais, estão previstos 849,5 quilômetros, sendo 209,6km entre 2024 e 2026.

Também está prevista a instalação de 19 pontos de parada e descanso (PPD) para caminhoneiros.