Grande parte de detidos por vandalismo não é de Brasília, diz relatório obtido pela CNN

Documento feito pela MPF e obtido pela CNN mostra que, possivelmente, criminosos bolsonaristas chegaram à Capital Federal "a partir de ônibus gratuitos de suas cidades, financiados pelos agentes organizadores dos atos criminosos"

Gustavo Uribe, da CNN
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Um relatório produzido pelo Ministério Público Federal aponta que um número grande de criminosos bolsonaristas detidos após vandalismo na capital federal não residem em Brasília.

Na terça-feira (10), um grupo de procuradores fez visita às instalações do prédio da Academia Nacional de Polícia, para onde foram levados os detidos nos episódios criminosos do domingo (8).

O documento, obtido pela CNN, afirma que "possivelmente" os manifestantes bolsonaristas chegaram no final de semana à capital federal "a partir de ônibus gratuitos de suas cidades, financiados pelos agentes organizadores dos atos criminosos".

"O número de pessoas custodiadas era grande, possivelmente em torno de mil, mas a logística da Polícia Federal para o correto atendimento fluía com agilidade e organização", observou.

O relatório da visita ainda destaca que os advogados dos detidos "tinham amplo acesso ao local" e havia "várias equipes para atendimento médico de prontidão".

"Nós verificamos que havia banheiros limpos e arejados, femininos e masculinos, inclusive com chuveiro, no prédio onde estava sendo feito o atendimento às pessoas", ressaltou.

Ele aponta também que, diferentemente das informações falsas alardeadas nas redes sociais, "não houve qualquer óbito no local e as poucas pessoas que necessitaram de atendimento médico estavam em situação de pouca gravidade".

"Nós entramos em todas as salas de atendimento e verificamos o tratamento cordato dispensado pelos policiais tanto às pessoas custodiadas quanto aos advogados presentes no local", ressaltou.

Ao todo, cerca de 1.500 pessoas foram detidas na capital federal. O Poder Judiciário organiza agora audiências de custódia com todos os custodiados após os eventos criminosos em Brasília.