Guedes: desinvestimento para assumir cargo foi maior que valor em paraíso fiscal
Declaração foi durante audiência pública na Câmara dos Deputados, logo depois do ministro defender que seus investimentos por meio de offshores em paraíso fiscal

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a dizer que os desinvestimentos realizados para permitir que ele assumisse o cargo de ministro foram um prejuízo maior do que o montante investido nas Ilhas Virgens Britânicas. A declaração foi durante audiência pública na Câmara dos Deputados, logo depois de Guedes defender que seus investimentos por meio de offshores em paraíso fiscal são patrimônio familiar 100% legal e declarados.
"Eu perdi mais do que o valor dessa offshore, quando eu abri mão de 8, 9, 10 anos de trabalho. Isso desinvestindo a preço de investimento. Então, tudo que minha mão alcança, tudo que eu estou fazendo há 7, 8, 9 anos, eu vendo e abro mão dos rendimentos de capital. Não vou ter esse ganho. É um sacrifício pelo país", observou.
Ele criticou acusações de favorecimento pessoal por seu cargo de ministro como “narrativas políticas” e de “desrespeito aos fatos” e negou acusações de que ele se beneficiava da alta do câmbio no Brasil.
“Não houve nenhuma declaração da economia que fizesse [o dólar] subir 2%. Foi só política ou doença [pandemia] os eventos mais contundentes”, disse. "Todas as instâncias pertinentes estão informadas do que acontece comigo, e sabem que não há conflito de interesses porque têm acesso a essas informações", complementou.
Guedes também fez questões de relembrar sua posição favorável à tributação de offshores para exemplificar que não há conflito de interesses em suas decisões como ministro. "Na hora que tributa isso, vai aparecer quem é traficante de droga, de arma, quem tem dinheiro sem origem, quem não registrou no BC ou na Receita Federal. Então, é uma ferramenta para ajudar a regularização", defendeu.