Laudo confirma violação da tornozeleira de Bolsonaro com fonte de calor
Perícia indicou danos compatíveis com ferro de solda

Laudo produzido pelo Instituto Nacional de Criminalística da PF (Polícia Federal) confirmou a tentativa de violação da tornozeleira eletrônica de Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente cumpre prisão na sede da Superintendência da PF em Brasília por participação na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
"Aspecto físico e as análises realizadas na área danificada sugerem que na tornozeleira eletrônica foi empregada uma fonte de calor concentrado com ferro em sua composição. Testes realizados com ferro de solda na superfície do material questionado exibiram aspectos compatíveis com os danos verificados", diz trecho do laudo ao qual a CNN Brasil teve acesso.
O documento também aponta que os "danos no material questionado apresentam características de execução grosseira", sugerindo que "a ferramenta foi utilizada sem precisão técnica".
Em novembro, Bolsonaro admitiu ter tentado romper o dispositivo eletrônico com ferro de solda. Na ocasião, ele cumpria prisão domiciliar, e o processo da trama golpista no STF (Supremo Tribunal Federal) ainda não havia transitado em julgado.
A defesa do ex-mandatário alegou que Bolsonaro "apresentou quadro de confusão mental e alucinações, possivelmente induzidos pelo uso do medicamento Pregabalina".
A tentativa de romper a tornozeleira acionou a Seap (Secretaria de Administração Penitenciária), que enviou agentes à residência de Bolsonaro em Brasília. No local, o ex-chefe do Planalto reconheceu ter tentado se livrar do aparelho de monitoramento.
Na manhã seguinte, o ministro do Supremo Alexandre de Moraes autorizou a prisão preventiva de Bolsonaro.
Bateria da tornozeleira ficou exposta
O laudo da PF indica que a aplicação da fonte de calor na tornozeleira expôs a bateria do equipamento, o que é "suficiente para o acionamento de alarmes de integridade ou de violação, tais como o indicado no manual como 'alarme de violação'".
Também foram constatadas "marcas de fusão na junção da capa polimérica plástica que reveste o sistema eletrônico do material".
Além disso, segundo o relatório, ferros de solda "são instrumentos muito utilizados por profissionais de eletroeletrônica, pois a transferência de calor é pontual, o que permite aquecer a regido de interesse sem elevar muito a temperatura ao redor, o que tende a evitar danos em componentes eletrônicos próximos".
(Publicado por Lucas Schroeder, com informações de Teo Cury e Poliana Santos)


