Lira cita “volatilidade do equilíbrio geopolítico” e defende protagonismo do P20
Presidente da Câmara também defendeu reformas em organizações internacionais e instituições financeiras, como o Fundo Monetário Internacional (FMI)
No encerramento do fórum legislativo de países do G20 nesta sexta-feira (8), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defendeu o protagonismo dos parlamentos no debate de questões globais. Ele mencionou a “volatilidade do equilíbrio geopolítico” e reforçou a defesa pela promoção da paz.
“Salta aos olhos a importância crescente do diálogo num mundo marcado pela volatilidade do equilíbrio geopolítico. Nós, aqui reunidos, não podemos, como representantes dos nossos povos, nos furtar a participar da busca por um entendimento que construa as bases mais sólidas para a paz e a prosperidade”, declarou.
Lira mencionou divergências sobre a participação do P20 na discussão sobre questões geopolíticas e conflitos entre países, como Rússia e Ucrânia, além da situação no Oriente Médio.
Segundo ele, enquanto uma parte dos parlamentares considerou que o tema tangencia os debates prioritários da conferência – como o combate à fome, o desenvolvimento sustentável e a construção da governança global –, outros representantes não consideram que o P20 seja o fórum adequado para isso.
Mais cedo, na abertura da última sessão de trabalho da conferência, Lira também reafirmou a defesa por uma reforma da governança global. Ele também defendeu que as instituições do sistema financeiro internacional, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, aprimorem processos decisórios e se engajem no enfrentamento às desigualdades.
“É fundamental reformar as instituições e mecanismos de governança global, aumentando sua representatividade, legitimidade e funcionalidade. Nesse propósito, a reforma da ONU, e em particular a do seu Conselho de Segurança, mostra-se crucial para a sustentação da paz e segurança internacionais e para a promoção do desenvolvimento sustentável, justo e inclusivo”, disse Lira.
Segundo Lira, apesar de divergências, a cúpula conseguiu chegar a um texto consensual, reunido na Declaração Conjunta, que será entregue à Cúpula de Líderes do G20, marcada para os dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro.
Na sessão de encerramento, Lira fez a passagem simbólica da presidência do P20 para a vice-presidente da Assembleia Nacional da África do Sul, Annelie Lotriet.
Previsto para participar da solenidade, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não compareceu em razão do falecimento do pai, Helio Cota Pacheco, aos 81 anos.
Cúpula
Ao longo de três dias, os parlamentares e representantes internacionais debateram sobre desenvolvimento sustentável, representatividade feminina, combate às desigualdades e desafios da governança global.
O tema do encontro foi “Parlamentos por um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”. De acordo com a Câmara, 35 delegações, que somam 362 delegados, participaram da conferência.
No total, 23 países participaram do evento, sendo 15 do G20 e oito convidados. A conferência também teve a participação de representantes de cinco organismos internacionais: União Interparlamentar, Parlamento do Mercosul, ParlAmericas, Organização das Nações Unidas (ONU) e ONU Mulheres.
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