Lula diz que saúde é investimento e questiona: "Como pode estar dentro do teto de gastos?"

No evento de retomada do programa “Mais Médicos” nesta segunda-feira (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que não podemos tratar como "gasto" os investimentos em saúde e educação

Fernanda Pinotti, da CNN, em São Paulo
  • Ricardo Stuckert/PR
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No evento de retomada do programa “Mais Médicos” nesta segunda-feira (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que não podemos tratar como "gasto" os investimentos em saúde e defendeu que eles estejam fora do teto de gastos.

"Não tem investimento maior do que salvar uma vida. Como pode colocar uma coisa como a saúde dentro do teto de gastos?", falou.

Ele ainda acrescentou que, por conta disso, muitos avanços sociais foram atrasados. "Toda vez que vamos discutir um avanço social aparece alguém da área econômica para falar que isso é um gasto, que a gente não pode gastar.", disse Lula.

"Quanto custou ao Brasil não fazer as coisas no tempo certo? Quanto custou ao Brasil não cuidar da saúde mais rápido, não alfabetizar o povo na década de 50, não ter feito a reforma agrária antes, não ter acabado com o preconceito racial, não tratar as mulheres com o respeito que elas merecem?", questionou o presidente.

Segundo ele, temos que mudar o conceito do que é gasto e do que é investimento.

Retomada do “Mais Médicos”

A volta do programa acontece nesta segunda-feira (20), com a abertura de 15 mil novas vagas. O “Mais Médicos” também passa a incluir outras áreas de saúde, como dentistas, enfermeiros e assistentes sociais, e promete priorizar profissionais brasileiros.

Do total de novas vagas para este ano, 5 mil serão abertas por meio de edital já neste mês de março. As outras 10 mil serão oferecidas em formato que prevê contrapartida de municípios, o que, de acordo com o governo federal, garante às prefeituras menor custo, maior agilidade na reposição do profissional e condições de permanência nessas localidades.

Durante o evento, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, classificou o programa como essencial para o Sistema Único de Saúde (SUS) e para a sociedade.

“O ‘Mais Médicos’ voltou para responder ao desafio de garantir a presença de médicos a cidadãos de municípios mais distantes dos grandes centros e que sofrem com a falta de acesso”, falou.

A previsão é que, até dezembro, cerca de 28 mil profissionais sejam fixados no país, sobretudo em áreas de extrema pobreza. A estimativa é que 96 milhões de pessoas tenham garantia de atendimento médico na atenção primária, considerada porta de entrada do SUS.

*Com informações da Agência Brasil